Dia Mundial da Doença de Alzheimer
É uma doença degenerativa atualmente incurável mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar dos sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e à sua família.Foi descrita pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.
Alois Alzheimer |
Atinge 1% dos idosos entre 65 a 70 anos mas a sua prevalência aumenta exponencialmente com os anos sendo de 6% aos 70, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.
No mundo o número de portadores é cerca de 25 milhões, com cerca de 100 mil em Portugal. Existe uma relação inversamente proporcional entre a prevalência de demência e a escolaridade. Nos indivíduos com oito anos ou mais de escolaridade a prevalência é de 3,5%, enquanto que nos analfabetos é de 12,2%.
Os primeiros sintomas são muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento natural ou com o stress. Alguns testes neuropsicológicos podem revelar muitas deficiências cognitivas até oito anos antes de se poder diagnosticar Alzheimer por inteiro.
O sintoma inicial mais notável é a perda de memória de curto prazo, o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo, perde a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstrato, pode começar a perder a sua memória semântica. Pode ser ainda notada apatia, como sintoma bastante comum.
É visível uma certa desorientação de tempo e espaço. A pessoa não sabe onde está nem em que ano está, em que mês ou em que dia. Quanto mais cedo os sintomas forem percebidos mais eficaz é o tratamento e melhor o prognóstico.
Com o passar dos anos, conforme os neurónios morrem e a quantidade de neurotransmissores diminuem, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objetos e na execução de movimentos.
A memória do paciente não é afetada toda da mesma maneira. As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita não são tão afetadas como a memória a curto prazo. Os problemas de linguagem normalmente a diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. Nesta fase, o paciente ainda consegue comunicar ideias básicas. O paciente pode parecer desleixado ao efetuar certas tarefas motoras simples, como escrever ou vestir-se, devido a dificuldades de coordenação.
A degeneração progressiva dificulta a independência. A dificuldade na fala torna-se evidente devido à impossibilidade de se lembrar de vocabulário. Progressivamente o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas diárias.
Durante esta fase, os problemas de memória pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus familiares e conhecidos. A memória de longo prazo vai-se perdendo e alterações de comportamento vão-se agravando. As manifestações mais comuns são a apatia, irritabilidade e a instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade ou resistência à caridae.
Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas relacionados. Incontinência urinária e fecal podem aparecer.
Durante a última fase de Alzheimer, o paciente está completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem está agora reduzida a frases simples ou até a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala.
Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. No entanto, a agressividade ainda pode estar presente e a apatia extrema e o cansaço são resultados bastante comuns.
Os pacientes vão acabar por não conseguir desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda. A sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama, perdem a capacidade de comer sozinhos. A morte normalmente não é causada pelo Alzheimer, mas por outro fator externo, como pneumonia.
Conforme a doença avança, as preocupações e dificuldades dos familiares aumentam, quando se vêem tendo que cuidar, acompanhar e ajudar no tratamento de um familiar que não o reconhece e depende a maior parte do tempo do auxílio de alguém, até para realizar as suas necessidades fisiológicas mais básicas.
Quem cuida é fundamental para o tratamento do idoso com Alzheimer no ambiente domiciliar, mas nem todos os familiares estão preparados física e psicologicamente para conviver e cuidar de alguém que não os reconhece nem valoriza os seus esforços. Por isso é importante o acesso às informações sobre a patologia e apoio psicosocial a quem cuida do doente. Esta pessoa terá que frequentemente lidar com a irritabilidade, agressividade, mudanças de humor e de comportamento.
Mary Sweet
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