sábado, 28 de fevereiro de 2015

Aspirantes a Doutoras

Hepatite C


Com as últimas notícias que têm saído, decidi fazer um post sobre o assunto, e já que não sei muitas coisas sobre o assunto decidi pesquisar.

O que é?


A Hepatite C é uma inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crónica, pode levar à cirrose, insuficiência hepática e cancro.
1 - Hepatite Aguda
2 -  Hepatite Crónica
3 - Fase mais avançada - cirosse
É conhecida como uma epidemia "silenciosa" pela forma coo tem aumentado o número de indivíduos com infeção crónica em todo o mundo e pelo facto dos infectados poderem não apresentar qualquer sintoma, durante 10 ou 20 anos, e sentir-se de perfeita saúde.

Calcula-se que existam 170 milhões de portadores crónicos, dos quais 9 milhões são europeus, o que faz com que a Hepatite seja mais comum que o vírus da SIDA.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos no mundo.

A prevalência do vírus difere de acordo com a região geográfica, enquanto na Europa e na América do Norte os índices de contaminação rondam os 2%, em África, no Sudeste Asiático, no Pacífico Ocidental e no Leste do Mediterrâneo as taxas são superiores.
Prevalência da Hepatite C em 2003
No mundo ocidental, os toxicodependentes de drogas injectáveis e inaláveis e as pessoas que foram sujeitas a transfusões de sangue e derivados e/ou cirurgias antes de 1992, são os principais atingidos.

Hoje a possibilidade de contagio de hepatite numa transfusão de sangue ou durante uma intervenção cirúrgica nos hospitais, é praticamente nula. No entanto, nos países em desenvolvimento esta segurança não está garantida.

Em Portugal, a Hepatite C crónica é uma das principais causas de cirrose e de carcinoma hepatocelular estimando-se que existam 150 mil infetados, embora a grande maioria não esteja diagnosticada.
Carcinoma Hepatocelular
De acordo com um estudo de Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal é um dos países europeus, a apresentar as mais elevadas taxas de contaminação deste vírus, que atinge 60 a 80% dos toxicodependentes.

Hepatite C é um dos três tipos mais comuns de hepatite e é considerado o pior deles.

Causas?


A sua transmissão ocorre pelo contacto com sangue contaminado através:
- Transfusão de sangue;

- Acidentes com material contaminado;

- Drogas injetáveis;

- Tatuagens, piercing e acupuntura com instrumentos contaminados;

- De mãe para filho - é rara cerca de 5%, ocorre no momento do parto;

- A maioria dos estudos não conseguiu comprovar a transmissão por contacto sexual;

Quem corre mais riscos?


- Toxicodependentes;

- Trabalhadores da área da saúde;

- Estiverem em hemodiálise por muito tempo;

- Receberam sangue ou órgãos de um doador que tenha Hepatite C;

- Receberam uma transfusão de sangue antes de julho de 1992.

Sintomas?


- Dor abdominal;
- Inchaço abdominal;
- Sangramento no esófago ou no estômago;
- Urina escura;
- Fadiga;
- Febre;
- Comichão;
- Icterícia;
- Perda de apetite;
- Náuseas e vómitos.

Tratamento...


Nos raros casos em que a Hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para a Hepatite crónica, prevenindo assim o risco de cirrose e cancro. Usa-se nestes casos o tratamento com Interferon durante seis meses.

O tratamento de Hepatite C crónica tem alcançado resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto que há poucos anos atrás alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% dos casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vírus. Neste caso usa-se a combinação de Interferon e Ribavirima, durante seis a doze meses - o sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença, determinado pela biopsia hepática.

Os efeitos dos tratamentos utilizados em geral são toleráveis e contornáveis, porém, raramente, são uma limitação à continuidade do tratamento.

A decisão de tratar ou não, quando tratar, por quanto tempo e com que esquema tratar são difíceis e exigem uma avaliação individualizada, além de bom entendimento entre o paciente e o seu especialista.

Novas alternativas de tratamentos têm surgido rapidamente. Além de novas medicações, a adequação do tempo do tratamento a grupos de pacientes com características diferentes poderá melhorar ainda mais os resultados alcançados com as medicações atualmente disponíveis.

Mary

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Entre Tachos e Panelas

Gelatina Colorida


Ou gelatina por camadas...

Ingredientes:
- Gelatinas de cores e sabores variados
- Uma lata de leite condensado simples
- Água a ferver
- Água fria

Como preparar:

  1. Dissolva todo o conteúdo do pacote de gelatina (o primeiro sabor escolhido) em 150 ml de água a ferver, mexendo muito bem.
  2. Acrescente 150 ml de água fria à mistura e mexa novamente.
  3. Meta a gelatina na forma de pudim (se pretender desenformar) ou numa taça (preferência de vidro, para se ver as cores). Sendo que se for para desenformar o furo do meio da forma deve ser untada com óleo.
  4. Levar ao congelador durante 10 minutos.
  5. Adicione à metade da gelatina restante 2 colheres de leite condensado. Mexa até ficar homogéneo e opaco.

6. Passados 10 minutos (ou mais, a primeira camada demora mais tempo a solidificar), deve retirar a gelatina do congelador e despejar o creme opaco por cima da camada que já lá estava, com muito cuidado.
7. Leve ao congelador novamente, mas desta vez por 15 minutos.
8. Deve repetir os passos, sendo 10 minutos para as gelatinas e 15 minutos para a mistura com leite condensado.
9. Depois dos minutos da última camada deve transferir para o frigorífico.
Se desenformar faça-o quatro horas depois.





Em vez de se fazer a simples gelatina, como no dia a dia, para um dia de festa este tempo compensa com o vistão que se faz...

Mary

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Um Pouquinho de História

Hemofilia no Seio da Família Real


O que é Hemofilia?

É um grupo de doenças genéticas hereditárias que prejudicam a capacidade do corpo em controlar a circulação de sangue ou a coagulação, o qual é utilizado para parar a hemorragia de um vaso sanguíneo, quando é quebrado.

A hemofilia A é a forma mais comum da doença, presente em cerca de 1 em 5.000-10.000 nascimentos do sexo masculino.
A hemofilia B ocorre em cerca de 1 em aproximadamente 20.000-34.000 nascimentos do sexo masculino.

Como a maioria recessiva ligada ao sexo, cromossomapatias X, é mais provável a hemofilia ocorrer em homens do que em mulheres. Isto deve-se ao facto das mulheres terem dois cromossomos X, enquanto os homens tem apenas um, de modo que o gene defeituoso está garantido a se manifestar em qualquer homem que o tenha.
Como as mulheres tem dois cromossomas X a hemofilia é rara, a probabilidade da mulher ter duas cópias defeituosas do gene é muito pouco provável, por isto as mulheres são exclusivamente portadoras assintomáticas da doença.


A Doença Real

A Hemofilia ficou conhecida como "doença Real" pelo seu aparecimento nos descendentes da Rainha Vitória do Reino Unido, e assim se espalhou por todas as famílias Reais europeias, devido aos casamentos entre elas.
Rainha Vitória do Reino Unido (1819-1901)

Os descendentes portadores de hemofilia (direta ou indiretamente):

- (Filha da Rainha Vitória) Alice do Reino Unido (25 de abril de 1843 - 14 de dezembro de 1878)

  • Nasceu no Palácio de Buckingham em Londres, com o seu nascimento fez com que os pais procurassem uma casa maior, o Palácio onde nasceu não estava preparado para a família.
Alice do Reino Unido em 1861
  • Foi educada pelo seu pai, Alberto de Saxe-Coburgo-Gota e pelo Barão Stockmar.
  • Alice era fascinada pelo mundo fora da Casa Real, costumava visitar as pessoas que viviam e trabalhavam na propriedade.
  • Era a mais sensível dos irmãos e sentia-se solidária com as tristezas das pessoas, mas também tinha a língua afiada e um temperamento que se alterava facilmente.
  • Alice ficou noiva do príncipe Luís de Hesse no dia 30 de abril de 1861. Entre o noivado e o casamento, o pai de Alice, morreu no dia 14 de dezembro de 1861. No dia 1 de julho de 1862, Alice e Luís casaram-se numa cerimónia privada na sala de jantar de Osborne House, que foi transformada numa capela temporária. Na cerimónia Alice usou um vestido branco com um véu de renda Honiton, mas teve de usar roupas negras antes e depois da cerimónia.
Alice do Reino Unido e Luís de Hesse no dia do seu casamento - 1 de julho de 1862
  • No dia 29 de maio de 1873, quando o seu filho mais novo, Frederico, morreu depois de cair de uma janela de seis metros, Alice nunca recuperou desta perda e escreveu à mãe dois meses depois "Fico contente por saber que tens uma fotografia colorida do meu querido. Sinto-me mais em baixo e mais triste do que nunca e tenho tantas saudades dele".
  • Em novembro de 1878, o palácio foi afetado por uma vaga de Difteria. A filha mais velha de Alice, Vitória, foi a primeira a adoecer depois de se queixar de uma dor de garganta na noite de 5 de novembro. Após Vitória, espalhou-se pelos quatro filhos de Alice: Alice, Maria, Irene e Ernesto, o seu marido adoeceu pouco depois, Isabel foi a única que não ficou e foi enviada para o palácio da avó. Maria morreu a 15 de novembro, o que deixou Alice perturbada. Alice ficou gravemente doente no dia do aniversário da morte do seu pai, de Difteria que tinha apanhado do filho, depois do o ter beijado.
Alice do Reino Unido e os filhos em 1876
  • As suas últimas palavras foram "querido papá" e ficou inconsciente às 2h30. Morreu às 8h30.
Alice do Reino Unido em 1969


- (Neta da Rainha Vitória) Irene de Hesse (11 de julho de 1866 - 11 de novembro de 1953)

  • O nome Irene deriva do grego que significa paz, recebeu este nome por ter nascido no final da Guerra Austro-Prussiana.
Irene de Hesse
  • A sua mãe, Alice, considerava-a uma criança pouco atraente, e uma vez, chegou a dizer à sua irmã Vitória que achava que a filha "não era bonita".
  • Podia não ter a beleza que a sua irmã, Isabel tinha, mas compensava-a com uma personalidade alegre e descontraída.
  • Após a morte de Alice, a rainha Vitória decidiu tentar substituir o vazio deixado por ela e, a partir de então, Irene e os seus irmãos passavam sempre longos períodos de férias na Inglaterra e era a própria rainha que enviava instruções à governanta sobre o tipo de educação que as crianças deveriam ter.
Irene (ajoelhada à esquerda) com os irmãos e a avó, a rainha Vitória
  • A 24 de maio de 1888, casou-se com o príncipe Alberto Guilherme Henrique da Prússia, eram primos direitos, visto as mães de ambos serem irmãos. A união não agradou à rainha Vitória porque esta não tinha sido informada sobre a relação dos seus netos até ao dia do casamento.
Irene e o príncipe Alberto Guilherme Henrique da Prússia - 24 de maio de 1888
  • Apesar de tudo o casal era feliz e conhecido pelos amigos e família como "os muito amáveis". Juntos tiveram três filhos.
Irene, o marido e o filho, Segismundo
  • Irene transmitiu o gene da hemofilia a dois dos seus três filhos, Valdemar e Henrique. A saúde do seu primeiro filho mais velho preocupou-a desde os primeiros meses de vida. Mais tarde ficou devastada quando o seu filho mais novo morreu aos quatro anos depois de cair e bater com a cabeça em fevereiro de 1904.
  • Morreu em 1953, deixando tudo o que tinha à sua neta Bárbara.
Irene de Hesse

- (Bisneto da Rainha Vitória) Valdemar da Prússia (20 de março de 1889 - 2 de maio de 1945)
Valdemar da Prússia (esquerda) e o irmão Segismundo 
  • Casou-se com a princesa Calixta de Lippe no dia 14 de agosto de 1919 em Hemmelmark, o casal não teve filhos.
Calixta de Lippe e Valdemar da Prússia - 14 de agosto de 1919
  • Valdemar sofria de hemofilia, morreu numa clínica em Tutzing, na Baviera devido à falta de sangue para realizar uma transfusão durante um ataque da doença, porque o Exército dos Estados Unidos ter requisitado todos os recursos médicos para cuidar das vítimas de um campo de concentração o que impediu qualquer transfusão.
  • Morreu no dia 2 de maio de 1945.


- (Neto da Rainha Vitória) Henry de Hesse (9 de janeiro de 1900 - 26 de fevereiro de 1904)

  • Nasceu em Kiel na Alemanha. O seu pai, o príncipe Henry da Prússia, ficou satisfeito com o nascimento de mais um filho, especialmente um bonito, de cabelo loiro.
Henry da Prússia
  • Foi diagnosticado com hemofilia em criança, mas apesar disso, era um menino muito alegre e animado.
  • A 25 de fevereiro, a sua mãe, princesa Irene deixou-o sem vigilância por alguns minutos. O príncipe subiu a uma cadeira e subiu para uma janela, como apercebeu-se que a mãe estava aproximar-se, tentou descer rapidamente, mas tropeçou ao tentar descer para a cadeira, e caiu de cabeça do primeiro andar. Ele começou de imediato a gritar, o que atraiu a atenção da mãe. Quando ela chegou perto dele, ele já estava inconsciente. O médico disse que a queda não tinha sido assim tão má, que ele teria sobrevivido se não tivesse hemofilia, no entanto tendo esta doença, ele iria morrer.
Henry ao colo da mãe, com o pai e os irmãos
  • Ele sofreu de hemorragia cerebral devido à queda da janela, permaneceu durante umas horas vivo, mas morreu no dia seguinte, a 26 de fevereiro, com apenas quatro anos de idade.

- (Neta da Rainha Vitória) Alexandra Feodorovna (6 de junho de 1872 - 17 de julho de 1918)

  • Nasceu no Novo Palácio em Darmstadt, então parte do Ducado de Hesse-Darmstadt, vassalo do Império Alemão.
  • O seu nome de nascimento era Vitória Alice Helena Luísa Beatriz de Hesse.
Alexandra Feodorovna
  • Foi batizada no dia 1 de julho de 1872 de acordo com os rituais da Igreja Luterana e recebeu os seus nomes em honra da mãe e das tias maternas.
  • Numa carta dirigida à rainha Vitória, a princesa Alice escreveu que a sua quarta filha era uma menina "doce e alegre. Está sempre a rir-se e a mostrar uma covinha numa bochecha".
  • Depois da morte da sua mãe, princesa Alice, tornou-se muito próxima da sua avó materna, passando grande parte da sua infância no Reino Unido, após a morte da mãe e da irmã mais nova, tornou-se mais amarga e solitária.
  • Casou-se relativamente tarde tendo em conta a idade com que se casava na altura, principalmente por ter recusado casar-se com o príncipe Alberto Vítor, Duque de Clarence, apesar da forte pressão familiar. A rainha Vitória chegou a afirmar que estava orgulhosa da sua neta enfrentar algo que muitas pessoas, incluindo o seu próprio filho, não se atreviam a fazer.
Príncipe Alberto Vítor
  • Apaixonou-se pelo Czar da Rússia, ambos eram primos em segundo grau. Conheceram-se em 1884, quando a sua irmã se casou com o tio do Czar e quando ela regressou à Rússia em 1889, apaixonaram-se.
Alexandra Feodorovna e o Czar Nicolau II da Rússia
  • O facto de a ainda Alice ter que abandonar a fé luterana causou algumas dúvidas, mas foi convencida pelo Czar Nicolau, e converteu-se fervorosamente à Igreja Ortodoxa Russa.
  • Ficaram noivos em abril de 1894, passou a chamar-se Alexandra quando se converteu à Igreja Ortodoxa Russa, o casamento realizou-se na capela do Palácio de Inverno em São Petersburgo no dia 26 de novembro de 1894. Tornou-se imperatriz da Rússia no dia do seu casamento.
Alexandra Feodorovna e o Czar Nicolau II da Rússia - 26 de novembro de 1894
  • O casal teve cinco filhos.
Alexandra Feodorovna e o Czar Nicolau II da Rússia com os filhos
  • O filho mais novo, Alexei, nasceu durante o ponto alto da Guerra Russo-Japonesa, no dia 12 de agosto de 1904, era herdeiro aparente ao trono russo, e Alexandra tinha cumprido o seu papel mais importante, que era dar à luz um filho rapaz.
Alexei e Alexandra Feodorovna
  • No início o bebé parecia saudável e normal, mas com apenas algumas semanas, tornou-se evidente, que quando ele caia ou ia contra alguma coisa, as suas nódoas negras não saravam e o seu sangue demorava muito tempo a estancar. Cedo percebeu-se que sofria de hemofilia.
  • Sendo uma doença incurável e uma constante ameaça à vida, tomou-se a decisão de manter o estado de saúde de Alexei escondido do povo russo.
  • Alexandra era totalmente devota do seu filho. O tutor das crianças, Pierre Gillard, escreveu: "O Alexei era o centro desta família unida, o centro de todas as esperanças e afetos. As irmãs dele veneram-no. Ele era o orgulho e alegria dos pais. Quando ele estava bem, o palácio transformava-se."
Alexandra Feodorovna e Alexei
  • Tendo de viver com a realidade de ter transmitido a doença ao filho, ela vivia obcecada com a ideia de proteger o filho e mantinha sempre um ilho em cima dele o tempo todo, consultando um grande número de médicos até se virar para o mieticismo com Rasputine, um monge siberiano, que segundo alguns relatos, conseguia curar o pequeno Czar durante as suas crises. Alexandra mimava o seu filho e deixava que ele fizesse o que quisesse, parecia que lhe prestava mais atenção a ele do que a qualquer uma das suas quatro filhas.
Rasputine
  • Quando o grave estado de saúde de Alexei foi finalmente anunciada ao público em 1912. Alexandra tornou-se uma figura ainda mais odiada entre o seu povo. A sua origem alemã faria com que a sua popularidade descesse ainda mais durante a Primeira Guerra Mundial.
Alexandra Feodorovna e as filhas
  • A grave situação política e económica do país acabou por resultar na Revolução de Fevereiro de 1917. Num esforço de pôr fim aos conflitos que se desenrolavam na capital, Nicolau tentou chegar a São Petersburgo de comboio, mas o seu caminho foi bloqueado em Pskov onde, depois de ser aconselhado por todos os seus generais, abdicou por si e pelo seu filho Alexei.
  • Alexandra ficou assim numa situação perigosa, como esposa do Czar deposto e odiada pelo povo russo. Nicolau e a restante família ficaram sob prisão domiciliária no Palácio de Alexandre em Czarskoe Selo.
  • Após a Revolução de Outubro, a família foi deslocada pelos bolcheviques para a cidade de Ekaterinburgo em abril de 1918.
  • A 16 de julho de 1918. o dia decorreu normalmente para a família, Às 19h, Yurosky convocou todos os homens da Tcheca ao seu quarto e ordenou-lhes a recolher todos os revolveres dos guardas que se encontravam do lado de fora. Com 12 armas pousadas sobre a mesa, ele disse "Esta noite vamos matar a família inteira. Todos eles."
  • O Czar e Czarina e toda a sua família, incluindo Alexei, gravemente doente, bem como alguns servos leais, foram executados pelos bolcheviques na cave da Casa Ipatiev na madrugada de 17 de julho de 1918.
  • Alexandra assistiu à morte do marido e de dois servos antes do comissário Peter Ermakov a matar com uma bala que perfurou o lado direito da sua cabeça antes de a permitir fazer o sinal da cruz. Foi ainda apunhalada como o seu marido, o que fez com que várias costelas se partissem. Alexandra morreu aos 46 anos de idade.
Alexandra Feodorovna

- (Bisneto da Rainha Vitória) Alexei Romanov (12 de agosto de 1904 - 17 de julho de 1918)

  • O seu nascimento foi muito esperado e foi comemorado de forma grandiosa.
Alexei Romanov
  • Foi herdeiro aparente ao trono russo desde o seu nascimento até à sua morte. Era o mais novo e único filho homem do Czar Nicolau II e da sua esposa, Alexandra Feodorovna.
  • Ele era muito parecido com a sua mãe, segundo Gillard. Era alto para a sua idade, "com um rosto bem definido, feições dedicadas, cabelo castanho-claro com um brilho ruivo, e grandes olhos azuis acinzentados, como a mãe".
Alexei Romanov em 1909
  • Alexei tinha poucos meses de vida quando, depois de um fio de sangue começar a escorrer pelo seu umbigo, e descobriu-se que sofria de hemofilia.
  • Apesar de ser inteligente e afetuoso, a sua educação era frequentemente interrompida por ataques de hemofilia, e ele era bastante mimado uma vez que os seus pais não conseguiam discipliná-lo devido à doença.
Alexei Romanov e a mãe
  • Ele estava proibido de andar de bicicleta sozinho ou de brincar demasiado. Apesar das restrições à sua atividade, ele era ativo e mal comportado por natureza. Recusava-se a falar com outra língua que não o russo e gostava de usar trajes tipicamente russos.
Alexei Romanov com o pai em 1914
  • Gostava de pregar partidas, com sete anos envergonhou os pais num jantar de família, provocou as pessoas que estavam na mesa, recusou-se a sentar na cadeira e não comeu a comida e lambeu o prato. O pai desviou o olhar e tentou ignorar o comportamento do filho. A sua mãe acabou por culpar a sua irmã Olga, que estava sentada ao pé dele, por não o ter controlado.
Alexei Romanov com a irmã Olga
  • Durante as crises de hemofilia, a sua única esperança era Grigori Rasputin, um monge da Sibéria que tinha o dom de, aparentemente, curar Alexei. Com a sua presença, Alexei conseguia ter uma vida mais produtiva, sempre que tinha uma crise, Rasputin era chamado ao palácio.
  • Durante o exílio em Tobolsk, Alexei queixou-se no seu diário da monotonia da sua vida atual e pediu misericórdia de Deus. À medida que ia crescendo, Alexei parecia magoar-se de propósito.
Alexei Romanov com o pai a cortar lenha em 1917
  • Na madrugada de 17 de julho de 1918, Alexei foi morto juntamente com o resto da sua família pelos bolcheviques.
Última fotografia conhecida de Alexei e da sua irmã Olga. Foi tirada abordo do navio "Rus" que os levou de Tobolsk para Ekaterinburgo

- (Filho da Rainha Vitória) Leopoldo, Duque de Albany (7 de abril de 1853 - 28 de março de 1884)

  • Nasceu no Palácio de Buckingham em Londres. Durante o seu parto, a rainha optou pelo uso de clorofórmio e assim sancionou o uso de anestesia, então recentemente desenvolvida pelo médico escocês James Young Simpson.
Leopoldo, Duque de Albany
  • Como sofria de hemofilia, Leopoldo passou a maior parte da sua infância como um semi-inválido.
  • Em 1872, entrou para a Christ Church, na Universidade de Oxford, onde estudou uma variedade de matérias. Viajou pela Europa em 1880 e fez uma excursão pelo Canadá e pelos Estados Unidos com a sua irmã, a princesa Luísa.
  • Incapaz de ter uma carreira militar devido à sua doença, Leopoldo tornou-se patrono das artes e da literatura.
Leopoldo, Duque de Albany
  • Cansado do desejo da sua mãe em mantê-lo em casa, via o casamento como a única esperança de independência. A socialite Daisy Greville foi considerada uma possível noiva.
Daisy Greville
  • Devido à doença, ele não teve muito tempo para encontrar uma esposa, e a sua mãe insistia que os filhos de soberanos britânicos deveriam casar-se com membros de outras famílias Reais e protestantes.
  • A 27 de abril de 1882, casou-se com Helena Frederica de Waldeck, filha do príncipe reinante de Wakdeck-Pyrmont, na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. Tiveram dois filhos, mas o casamento durou apenas dois anos, devido à morte de Leopoldo.
Helena Frederica de Waldeck
  • Em fevereiro de 1884, por ordens médicas, o príncipe foi a Cannes, no sul da França, pois o clima de inverno na Inglaterra era uma ameaça para a sua saúde. A sua mulher estava grávida na altura, permaneceu em casa mas pediu para que ele fosse.
  • A 27 de março, ele escorregou e caiu no chão, magoando-se no joelho. Morreu nas primeiras horas da manhã seguinte, aparentemente dos efeitos da morfina que lhe foi dada e do clarete que lhe foi servido no seu jantar.
Leopoldo, Duque de Albany

- (Neta da Rainha Vitória) Alice, Condessa de Athlone (25 de fevereiro de 1883 - 3 de janeiro de 1981)

  • Nasceu no Castelo de Windsor.
Alice, Condessa de Athlone
  • A 10 de fevereiro de 1904, casou-se com o seu primo em segundo grau, o príncipe Alexandre de Teck, na Capela do Castelo de Windsor. Tiveram três filhos.
Príncipe Alexandre de Teck
  • Tal como a sua avó, a rainha Vitória, Alice foi também portadora de hemofilia, que herdou do seu pai. O seu filho mais velho, Rupert, herdou a doença, o que o levou à sua morte prematura num acidente de viação.
  • Alice realizou muitos deveres reais. Ela foi também Coronel-Chefe das duas unidades do exército britânico e uma unidade do exército da Rodésia. Durante a Segunda Guerra Mundial foi comandante honorário da divisão feminina da Royal Canadian Air Force.
  • Morreu em 1981 no Palácio de Kensington, em Londres, estando no trono a Rainha Isabel II, morreu aos 97 anos. À data da sua morte, foi a princesa de sangue real que viveu mais tempo, e a última neta da rainha Vitória a morrer, a rainha-mãe Elizabeth Bowes-Lyon tornou-se, mais tarde, o mais antigo membro vivo da família real britânica, até que a sua cunhada, a princesa Alice, Duquesa de Gloucester, quebrou o recorde, ultrapassando os 100 anos.

- (Bisneto da Rainha Vitória) Rupert Cambridge, Visconde Trematon (24 de agosto de 1907 - 15 de abril de 1928)

  • Nasceu na Claremont House na Inglaterra.
Rupert Cambridge
  • Era hemofílico, uma condição que herdou da mãe e da sua bisavó, a rainha Vitória e através do avô, o duque de Albany.
Rupert  Cambridge com a mãe e a irmã, May
  • Foi educado na Trinity College, em Cambridge.
  • Morreu no dia 15 de abril de 1928, devido a uma hemorragia intracerebral, como resultado de um acidente de carro, na França. A 1 de abril de 1928, conduzia com dois amigos nas estradas entre Paris e Lyon. Enquanto ultrapassava um carro, bateu contra uma árvore e captou. Um dos seus amigos morreu devido aos ferimentos. Ele foi levado para o hospital, mas nunca recuperou e morreu no hospital na madrugada de 15 de abril.


- (Filha da Rainha Vitória) Beatriz do Reino Unido (14 de abril de 1857 - 26 de outubro de 1944)


  • Nasceu no Palácio de Buckingham, em Londres.
Beatriz do Reino Unido
  • O seu pai, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, morreu quando ela tinha quatro anos, e a rainha, mesmo aflita, apegou-se à sua filha mais nova. Apelidada como "bebé" pela rainha.
  • A princesa Beatriz tornou-se uma boa pianista, e algumas das suas composições foram depois publicadas.
  • A sua principal ocupação era de secretária e companhia da sua mãe, um papel que ela desempenhou até à morte da rainha Vitória, em 1901.
  • Beatriz estava ligada romanticamente com o único filho de Napoleão III, Napoleão Eugénio, Príncipe Imperial, que foi morto na Guerra Anglo-Zulu numa cilada.
  • A 23 de julho de 1985, na Igreja de St. Mildred, na Ilha de Wight, a princesa Beatriz casou-se com o príncipe Henrique de Battenberg. A rainha, Vitória, deu a sua bênção ao casamento na condição de que o casal morasse com ela. O casal teve quatro filhos e todos viveram no Reino Unido.
Príncipe Henrique de Battenberg
  • O marido de Beatriz morreu em 1896, devido a uma febre contraída durante os seus serviços militares na segunda guerra Ashanti, deixando Beatriz viúva aos 38 anos.
  • Quando a rainha morreu, Beatriz foi morar em Osborne Cottage e herdou a posição de governador do seu marido. Em 1914, mudou-se para o Castelo de Carisbrooke, mas manteve um apartamento no Palácio de Kensignton como residência londrina.
  • Antes da sua morte, a rainha Vitória pediu a Beatriz que editasse os seus jornais e diários para que fossem arquivados e publicados. Beatriz passou trinta anos a editar os jornais da sua mãe e removeu, conforme Vitória instruiu, qualquer coisa que pudesse magoar ou causar desgosto às pessoas mencionadas ou aos seus relativos. Beatriz transcreveu os textos com a sua própria caligrafia e queimou os originais. Acabou a sua tarefa em 1931, e os 111 volumes dos jornais editados da rainha Vitória estão nos arquivos reais no Castelo de Windsor.
  • Faleceu na sua residência, em outubro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi a última filha a morrer da rainha Vitória e do príncipe Alberto.

Beatriz do Reino Unido

- (Neta da Rainha Vitória) Vitória Eugénia de Battenberg, Rainha Consorte de Espanha (24 de outubro de 1887 - 15 de abril de 1969)


  • Nasceu no Castelo de Balmoral, na Escócia.
Vitória Eugénia de Battenberg
  • Vitória recebeu o nome das suas avós e da sua madrinha, a imperatriz Eugénia. Pelos familiares era conhecida como Ena.
  • Cresceu na corte da rainha Vitória, passando a sua infância no Castelo de Windsor, Castelo de Balmoral e Osborne House.
  • O seu pai morreu em 1896, quando ela tinha apenas oito anos de idade, após a morte da rainha, em 1901, a família mudou-se para o Palácio de Kensington, em Londres.
  • Em 1905, a princesa assistiu a uma festa organizada pelo seu tio, o rei Eduardo VII, dada em honra de Afonso XIII de Espanha. O monarca espanhol cortejou a jovem princesa, apesar da oposição a um possível matrimónio.
Afonso XIII da Espanha
  • Apesar de alguma oposição, no dia 9 de março de 1906, a família real espanhola anunciou o compromisso matrimonial entre o rei Afonso XIII e a princesa Vitória Eugénia. A notícia preocupou o povo espanhol, tendo em vista que a noiva era protestante e não tinha categoria suficiente.
  • Foi obrigada a converter-se ao catolicismo, foi rebatizada na diocese católica de de Nottingham e na Igreja de São Sebastião de Madrid, dois dias antes do casamento. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Jerónimo, no dia 31 de março daquele ano.
Vitória Eugénia de Battenberg no dia do seu casamento
  • Após a cerimónia o casal dirigiu-se para o Palácio Real de Madrid, sofrendo no caminho um atentado executado pelo anarquista Mateo Morral, mas ambos sobreviveram.
Atentado aos Reis de Espanha
Mateo Morral após suicidar-se
  • Depois do começo do seu reinado, Vitória ficou isolada do povo espanhol e tornou-se pouco popular no seu país. A sua vida de casada melhorou quando deu à luz um filho, Alfonso, Príncipe das Astúrias. No entanto, quando o príncipe foi circuncizado, os médicos repararam que a hemorragia não parava, eram os primeiros sinais de que o infante tinha herdado hemofilia, o seu marido nunca a perdoou por tal facto. Mesmo assim, tiveram sete filhos, cinco rapazes e duas raparigas. Curiosamente, nenhuma das filhas era transmissora dos genes de hemofilia.
  • Depois do nascimento dos filhos, a relação de Vitória com Alfonso deteriorou-se e ele teve numerosos casos amorosos.
Vitória Eugénia de Battenberg e Alfonso XIII da Espanha
  • Vitória dedicou-se a ajudar hospitais e serviços para pobres, bem como na área da educação e ensino, envolvendo-se ainda na reorganização da Cruz Vermelha espanhola.
  • A família real espanhola foi para o exílio a 14 de abril de 1931 depois de umas eleições municipais terem colocado republicanos no poder nas maiores cidades, levando à proclamação da Segunda República em Espanha. Alfonso XIII esperava que o seu exílio impedisse a guerra civil entre republicanos e nacionalistas. A família foi primeiro para a França e depois para a Itália.
  • Vitória e o Alfonso morreu a 28 de fevereiro de 1941. Em 1942, foi obrigada a deixar Itália por se ter tornado "persona non grata" para o governo italiano.
  • Vitória voltou brevemente à Espanha em fevereiro de 1968, para ser madrinha de batismo do seu bisneto, o Infante Don Felipe, filho do Infante Don Juan Carlos de Borbón y Borbón Dos-Sicilias e da princesa Sofia da Grécia e Dinamarca.
Vitória Eugénia de Battenberg no batizado do seu afilhado Felipe
  • Vitória Eugénia morreu em Lausanne, na Suiça a 15 de abril de 1969, com 81 anos, exatamente 37 anos depois de ter deixado Espanha para o exílio.

Vitória Eugénia de Battenberg

- (Bisneto da Rainha Vitória) Afonso de Bourbon, Príncipe das Astúrias (10 de maio de 1907 - 6 de setembro de 1938)


  • Era o filho mais velho de Alfonso XIII de Espanha e da sua esposa Vitória Eugénia.
Afonso de Bourbon, Príncipe das Astúrias
  • Herdou a doença genética de hemofilia, vinda por via materna.
  • O seu pai, enfrentou problemas políticos que levaram Espanha a tornar-se uma república em 1931. Toda a família partiu para o exílio.
  • Afonso renunciou os seus direitos dinásticas depois de se casar com Edelmira Ignacia Adriana Sampedro y Robato, passando a possuir o título de Conde de Covadonga. Divorciaram-se a 8 de maio de 1937.
Casamento de Afonso de Bourbon, Príncipe das Astúrias e Edelmira Ignacia Adriana Sampedro y Robato
  • Voltou a casar, agora com Marta Esther Rocafort y Altuzarra, a  de julho de 1937, divorciando-se novamente a 8 de janeiro de 1938.
Marta Esther Rocafort y Altuzarra
  • Um acidente de carro levou à sua morte precoce, com 31 anos de idade, em 1938. A sua primeira mulher foi autorizada a manter o título de Condessa de Covadonga e estava presente quando ele foi transladado.


- (Bisneto da Rainha Vitória) Gonçalo de Bourbon (24 de outubro de 1914 - 13 de agosto de 1934)


  • Foi infante de Espanha, filho mais novo do rei Afonso XIII de Espanha e da princesa Vitória Eugénia de Battenberg.
  • Tal como o seu irmão mais velho, Afonso, sofria de hemofilia.
  • Em 1927 foi nomeado cavaleiro da insígnia da Ordem do Tosão de Ouro.
  • Após a proclamação da Segunda República Espanhola, no dia 14 de abril de 1931, acompanhou a sua família para o exílio.
  • Morreu cedo, no dia 13 de agosto de 1934, aos 19 anos de idade em Krumpendorf, na Áustria, em consequência de uma hemorragia interna produzida por um acidente de automóvel grave que conduzia a sua irmã, a infanta Beatriz.
  • Nunca se casou nem teve filhos.
  • Foi enterrado na Áustria. Em 1985, o rei Juan Carlos I ordenou a transladação dos seus restos mortais, juntamente com os dos seus falecidos irmãos Afonso e Jaime, para o Mosteiro do Escorial. 


- (Neto da Rainha Vitória) Leopoldo Mountbatten (21 de maio de 1889 - 23 de abril de 1922)


  • Nasceu no Castelo de Windsor em Berkshire.
Leopoldo Mountbatten
  • Ele era hemofílico, doença herdada por parte da sua mãe.
  • Em julho de 1917, o sentimento anti-germânico durante a Primeira Guerra Mundial fez o rei George V mudar o nome da Casa Real de Casa de Saxe-Coburgo-Gota para Casa de Windsor. Foi também proibido o uso de títulos e estilos germânicos.
  • Morreu a 23 de abril de 1922, durante uma operação ao joelho, aos trinta e dois anos.



- (Neto da Rainha Vitória) Maurice de Battenberg (3 de outubro de 1891 - 27 de outubro de 1914)


  • Nasceu no Castelo de Balmoral, na Escócia.
Maurice de Battenberg
  • Foi educado na prestigiada Wellington College, em Berkshire, tendo sido membro da casa de Benson.
  • Durante a Primeira Guerra Mundial, lutou em King's Royal Rifle Corps. Morreu em serviço em 1914, sem se casar nem deixar descendência.


Mary