terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hoje é Dia de Quê?

Dia Internacional da Memória do Holocausto

Esta matéria interessa-me bastante, por isso decidi fazer algo para marcar este dia, falarei de... 

Auschwitz

É o nome de uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polónia operados pelo regime Nazi nas áreas polacas anexadas pela Alemanha Nazi, maior símbolo do Holocausto.

A partir de 1940, o Governo de Adolf Hitler constituiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta zona.
Adolf Hitler
A razão direta para a sua construção foi o facto de que as prisões em massa de judeus, especialmente polacos, por toda a Europa que ia sendo conquistada pelas tropas nazis, excediam em grande número a capacidade das prisões normais existentes.

Auschwitz foi o maior campo de concentração nazista, sendo dividido em Auschwitz I Stammlager (campo principal e centro administrativo do complexo), Auschwitz II-Birkenau (campo de extermínio) e Auschwitz III-Monowitz e mais 45 campos satélites.
Auschwitz II - Birkenau
A 27 de abril de 1940, Heinrich Himmler, o Reichsführer da SS, deu ordens para que a área dos antigos alojamentos da artilharia do exército, no local, fosse transformada em campos de concentração.
Heinrich Himmler
Auschwitz II-Birkenau foi designado por Himmler como campo de extermínio e o lugar para a Solução Final dos judeus.

A Solução Final refere-se ao plano nazista de remover a população judaica de todos os territórios ocupados pela Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial.

Esta expressão aparece numa carta do general das SS Reinhard Heydrich ao diplomata Martin Luther, do Ministério do Exterior alemão. Nesta carta, Heydrich solicita a participação do Ministério na implementação da "Solução Final para a questão judaica", ou seja, remover todos os judeus dos territórios ocupados pela Alemanha. Junto com a carta estava a ata da Conferência de Wannsee, na qual havia sido anunciado que Heydrich seria o principal responsável pelo cumprimento daquela decisão.
General da SS Reinhard Heydrich
A Conferência de Wannsee foi a discussão de um grupo de oficiais nazis sobre a "Solução Final" ("Endiösung der Judenfrage"). Aconteceu a 20 de janeiro de 1942 no palacete de Wannsee, no sudoeste de Berlim. A discussão ocorrida secretamente a portas fechas, centrou-se no objetivo de expulsão dos judeus de todas as esferas da vida do povo alemão.
Carta de Reinhard Heydrich a Martin Luther, convidando-o a participar na Conferência de Wannsee
Foram discutidas medidas a tomar e o conceito de "deportação" dos judeus para o Leste da Europa foi introduzido - para "trabalho apropriado... no curso do qual sem dúvida uma grande porção será eliminada por causas naturais", o "resto final será... tratado de forma apropriada, porque, se libertado, iria agir como somente de uma nova restauração judaica".

O número de judeus na Europa foi calculado (cerca de 11 milhões) e os métodos de evacuação foram considerados com relação à idade e ao país de origem. O tratamento de pessoas de "sangue misto" também foi cuidadosamente discutido.

Esta conferência é lembrada como a primeira discussão da "Solução Final" e também porque os registos e minutas dos encontros foram encontrados intactos pelos aliados no fim da Segunda Guerra Mundial e usados nos Julgamentos de Nuremberga.

Em Auschwitz aqueles que não morriam nas câmaras de gás morriam de fome, doenças infecciosas, trabalhos forçados, execuções individuais ou experiências médicas.
Parede de câmara de gás - arranhões nas paredes dos presos
Antes da libertação do campo, deu-se a Marcha da Morte, que serviu para apagar os vestígios do Holocausto antes da chegada do Exército Vermelho, a SS acabou com as câmaras de gás em 1944 e evacuou a maioria dos prisioneiros, alguns foram para o campo de concentração de Bergen-Belsen, que seria libertado em abril de 1945 pelos britânicos. Outros 65 mil que ficaram em Auschwitz já podiam ouvir os tiros dos soldados soviéticos quando, a 18 de janeiro, receberam da SS a ordem para a retirada.
Marcha da Morte
A 27 de janeiro de 1945 os campos foram libertados pelas tropas soviéticas, dia este que é comemorado mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Prisioneiros libertados pelos soviéticos a 27 de janeiro de 1945
Em 1947, a Polónia criou um museu no local de Auschwitz I e II, que desde então recebeu a visita de mais de 30 milhões de pessoas de todo o mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito no cimo "Arbeit macht frei" em português: "O trabalho liberta".
Portão de Auschwitz
Em 2002, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Património da Humanidade.


Museu de Auschwitz


Cabelos e óculos
Sapatos
Malas
Talheres
Placas usadas para tatuar os prisioneiros
Latas de Zyklon B - marca registada de um pesticida à base de ácido cianídrico, cloro e nitrogénio - foi o composto escolhido por proporcionar com eficiência uma morte rápida
Óculos
Sapatos
Pertences dos prisioneiros
"Pijama às riscas" - a roupa usada pelos prisioneiros
Interior dos dormitórios dos prisioneiros em Auschwitz
Interior da câmara de fás em Auschwitz
Muro da Execução, onde os prisioneiros eram fuzilados, entre os blocos 10 e 11,  em Auschwitz
Interior do crematório em Auschwitz
Fornos do crematório em Auschwitz
Em Auschwitz
Auschwitz
Auschwitz
Placa informativa sobre a diferença dos símbolos usados nos pijamas - que identificaria a razão de terem sido presos

Objetos dos presos
Cabelo Humano
Identificação do Bloco 11
Próteses pertencentes aos prisioneiros
Casas de banho dos prisioneiros em Auschiwitz
Dormitórios em Auschwitz
Auschwitz
Um dos contentores de comboio que transportava prisioneiros
Lavatórios em Auschwitz
Roupas dos prisioneiros e algumas fotografias dos mesmos
Escovas em Auschwitz
Utensílios de cozinha em Auschwitz
Utensílios de cozinha em Auschwitz
Local de enforcamento em Auschwitz
Sanitas em Auschwitz
Sapatos em Auschwitz

Mary

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um Pouquinho de História

Gengis Khan


Gengis Khan nasceu em 1162.
Foi um conquistador e Imperador Mongol, nascido com o nome de Temudjin nas proximidades do rio Onon, perto do lago Baikal.
Nasceu cercado de lendas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra. Ainda jovem matou o lobo e ficou muito famoso na sua tribo, enfrentou a rejeição da sua família, mas voltaria para conquistar a sua liderança,
Era nómada, pobre e analfabeto.
Gengis Khan
Tinha por volta de 13 anos quando planeou e executou o assassinato do meio-irmão, Begter, pouco mais velho que ele. Recrutou o irmão mais novo, Khasar, para juntos matarem Begter com duas flechadas certeiras: Khasar atirou pela frente e Temujin pelas costas. Ele já não aguentava ter que se submeter a Begter - que, desde a morte do pai (supostamente envenenado), assumira o comando do pequeno clã familiar. A gota d’água foi a disputa por uma cotovia caçada por Temujin, quando Begter se valeu de sua recém-conquistada posição de chefe da família para comer a caça do mais novo.

Temujin se tornaria Gengis Khan, o homem que nunca aceitou se submeter à vontade de outros. Ele nasceu num mundo muito duro. Viu cedo que precisava lutar para sobreviver. Não poderia ceder poder ao irmão. Não poderia ceder poder a ninguém.

Lembrado como o conquistador bárbaro e cruel que dominou toda a Ásia, o Oriente Médio e a Europa Oriental no século XIII ao custo de milhares (ou milhões) de mortos, Gengis Khan foi, mais do a imagem de sanguinário, o homem que lançou as bases da globalização ao ligar o mundo ocidental ao oriental de forma nunca vista antes. Ele começou o primeiro grande sistema de comunicação e comércio internacional da história. Gengis Khan estabeleceu as fundações do mundo moderno.
Gengis Khan
No Império Mongol, que demorou 20 anos a criar e outros tantos para consolidar, era possível ir da China ao Oriente Médio e à Europa por uma rede de estradas protegidas, ao comercializar produtos usando padrões de peso e câmbio definidos por um poder centralizado.

No século XIII, já circulava pelas terras tomadas por Gengis Khan o papel-moeda, impresso em gráficas, 200 anos antes de Johannes Gutemberg criar a impressão com tipos móveis no Ocidente. Iletrados, os mongóis mantinham pessoas de cada povo conquistado em importantes postos da administração pública. Recrutavam especialistas de outras nações para seguir com eles: astrónomos muçulmanos, engenheiros chineses (que construíam canhões), mineiros germânicos... Gente de culturas e religiões distintas conviviam pacificamente.

O caminho do conquistador - desde a sua pequena tribo nómada até à posição de líder do maior império até então - foi difícil e atribulado. Quando matou o irmão, já tinha que cuidar do próprio sustento. Pelo crime, foi capturado pelo clã tayichiud, o maior da região, e tornou-se prisioneiro e servo. Não se sabe por quantos anos foi escravizado. 

Mas conseguiu fugir, casou-se em 1178 (aos 16 anos) com Borte Ujin - a noiva que o pai escolhera para ele sete anos antes - e procurou a proteção de um antigo e poderoso amigo do seu pai, Torghil, conhecido como Ong Khan, o Grande Khan (chefe) da tribo kereyid. Pouco depois, Borte foi sequestrada por outra tribo, os merkids. Temujin, com o apoio do pequeno exército de um amigo de infância, Jamuka, atacou os inimigos e recuperou a mulher. 
Borte Ujin
A partir daí, alianças foram feitas e desfeitas com diversos outros líderes. Temujin rompeu com Jamuka por não aceitar ficar sob seu poder, arrebanhou partidários, formou um pequeno exército e iniciou, timidamente, a sua escalada ao poder entre as tribos da estepe.

Os mongóis eram uma força incrível, mas dispersa e sem um líder. Gengis era carismático, inteligente, obstinado e bom articulador. Sabia do potencial do seu povo e soube dirigi-lo. A riqueza ou a alfabetização não são fatores fundamentais para constituir uma liderança sólida. Esse líder de origem humilde atraiu milhares de seguidores por onde passou justamente pela sua trajetória de vida.
Gengis Khan
Temujin e Jamuka guerrearam por anos. Em 1189, Temujin foi endossado kahn (soberano) dos mongóis em um conselho de líderes tribais. Jamuka não aceitou. Na batalha que se seguiu, em 1190, diz a lenda que ferveu em um caldeirão 70 membros do exército de Temujin, derrotado no episódio. A briga continuou até que, em 1205, Jamuka foi finalmente derrotado e morto. No ano seguinte, Temujin foi proclamado Gengis Khan, o "khan oceânico", o equivalente mongol para universal. Chegara o momento de expandir a nação. Quem não se rendesse seria destruído sem compaixão.

"Eles praticavam uma guerra de conquista cujo objetivo era difundir terror. Quem se submetesse sem lutar não passava por isso. Ocasionalmente, alguns lutavam de modo tão obstinado contra os mongóis que, ao serem finalmente derrotados, ganhavam o seu respeito e confiança. Mas, em geral, as conquistas eram feitas com algumas chacinas exemplares. A ideia era simples: feita uma vez, ela não precisaria se repetir se os outros entendessem o recado", conta o historiador.

Um exemplo disso aconteceu na cidade persa de Nishapur. Um genro de Gengis Khan foi morto lá, e uma de suas filhas pediu que a cidade fosse varrida do mapa. A carnificina foi tão grande que gerou até a lenda de que 1 748 000 pessoas foram mortas numa hora - um exagero que só contribuía para levar pânico aos povos da vizinhança. A ordem era matar apenas a aristocracia da cidade e receber a população como parte do império. Ele chegou a adotar muitas crianças de outros povos para mostrar que recebia todos como sendo iguais.
Ilustração da carnificina de Nishapur
Diferentemente dos outros exércitos, o mongol não tinha infantaria, apenas cavalaria. Eram um exército de 150 mil homens montados, quando conseguiam reunir a força máxima. Numa guerra como a que travaram contra os jurcheds, por exemplo, 65 mil cavaleiros mongóis derrotaram 150 mil inimigos, 65 mil deles montados e outros 85 mil de infantaria, graças a estratégias inovadoras. Até então, os soldados lutavam em fileiras, e os exércitos avançavam lentamente porque levavam muitas provisões. Os mongóis, ao contrário, espalhavam-se por todo o campo onde cavalos e vacas se alimentavam. Bebiam o leite das vacas e as abatiam em plena campanha de guerra para comer a carne. Avançavam numa velocidade muito maior que a dos inimigos e atacavam de todos os lados.
O gosto pela velocidade e pelas novidades foi fundamental na mudança que Gengis Khan estava por imprimir no mundo. Depois de unificar as tribos mongóis, conquistou a China. De lá, partiu para o Oriente Médio e chegou ao Leste Europeu. Quando os seus domínios já se estendiam por toda essa região, somando quase 13 milhões de quilómetros quadrados, promoveu uma reestruturação na Rota da Seda, uma rede de estradas interconectadas que ligava Oriente e Ocidente. Seus homens construíram enormes armazéns em todas as grandes cidades e oásis. Colocaram pequenos postos a cada 40 km ao longo da rota. Em cada um deles, o viajante tinha acesso a água e comida e podia deixar o seu cavalo cansado e pegar um descansado, seguindo viagem. Ele criou a ‘super-highway’ da China à Europa Oriental. A Rota da Seda já conectava esses dois mundos desde o século VI a.C., mas o transporte de mercadorias antes levava dez, às vezes 15 anos. A partir daí, o tempo baixou para cerca de dois anos. A comunicação ganhou outra velocidade também. Há informações de que a notícia de uma morte foi levada da Mongólia a Budapeste em apenas três semanas, em 1241.
Rota da Seda
Um sistema bancário também foi instituído nos postos: o viajante podia depositar dinheiro numa estação e pegar de volta em outra. Nessa época, o uso do papel-moeda, inventado pelos chineses, passou a ser empregado em larga escala no Império Mongol. Houve um forte impacto dessa inovação nas economias locais, aumentando os preços e a demanda por produtos importados de outras regiões. A ideia de passaporte também se difundiu nesse momento. Dependendo do material com que as placas levadas no pescoço eram feitas, sabia-se se o viajante era um diplomata, um aristocrata, um soldado ou um comerciante - e de onde vinha.

A troca de informações e de tecnologia foi intensificada. Além de produtos, a Rota da Seda transportava ideias. A China aprendeu a fazer vidro com os iranianos, e o Irã aprendeu a fazer pólvora com os chineses. Ele uniu civilizações importantes da época ao fazer todo mundo trocar tecnologia em todas as direções. Foi o primeiro grande globalizador, lembrando que os mongóis foram mais transmissores do que criadores de informações - porém eram espertos o suficiente para unir duas tecnologias e criar uma terceira. Foram eles que juntaram a pólvora chinesa aos sinos de ferro do Irã para criar o canhão, por exemplo.
Quando estava para morrer, aos 65 anos, em 1227, Gengis ainda vivia em gers (tendas circulares de madeira e tecido), nómada como sempre foi. Em carta atribuída a ele, declarou: "Uso as mesmas roupas e como a mesma comida que os vaqueiros e tratadores de cavalos. Fazemos os mesmos sacrifícios e compartilhamos riquezas". Pouco antes da morte, dividiu o poder entre os quatro filhos e escolheu um deles, Ogodei, como Grande Khan. Mas foi o neto Kublai Khan quem mais se destacou ao fundar uma dinastia na China e receber o mercador veneziano Marco Polo, estendendo essa primeira fase da globalização até um lugar distante e misterioso: a Europa Ocidental.

Um estudo realizado em 2002 concluiu que 8% da população da região anteriormente ocupada pelo Império Mongol, uma área entre o Oceano Pacífico e o Mar Cáspio (o que corresponde a 0,5% da população mundial) podem ser descendentes de Gengis Khan. Um outro estudo de 2007 afirma que 34,8% dos atuais mongóis são descendentes de Gengis Khan.

Muitos de nós somos (ou podemos ser) parentes do maior líder mongol: Gengis Khan. Um estudo recente de DNA revelou que uma porcentagem surpreendentemente elevada de homens compartilha uma raiz genética em comum com ele. De acordo com algumas estimativas, um em cada 200 homens é descendente de Khan – ou colossais 16 milhões de pessoas.

Enquanto isso parece inacreditável, a diversidade genética do século 13 era muito menor do que é hoje, e o rei mongol passava a maior parte de seu tempo fazendo sexo com mulheres diferentes. Os historiadores não têm um número definido de filhos do Khan, mas estimam que ele teve centenas ou até milhares. Apenas quatro foram gerados por sua esposa, de maneira que foram bem documentados – eram os únicos verdadeiros herdeiros.

Por sua vez, esses quatro filhos também fizeram a sua parte para espalhar o DNA mongol. O mais velho, Tushi, teve 40 filhos legítimos e possivelmente muitas crianças ilegítimas. Kublai Khan, neto de Gengis, teve 22 filhos legítimos, sendo que supostamente adicionava 30 mulheres ao seu harém a cada ano. Com tais números, é mais fácil ver como 16 milhões de pessoas são descendentes de um só homem.

Mary