quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Dicas do Cupido

Tradições do Casamento Judaico


O casamento entre judeus é baseado no ciclo da lua nova do calendário judaico sendo um costume que os casamentos se realizem apenas na primeira quinzena do mês, devido ao facto da lua se encontrar em fase crescente, trazendo prosperidade e fertilidade.

A preocupação maior é que seja um período que simboliza, também, a esperança de que o amor entre marido e mulher aumente ainda mais ao longo das suas vidas.

O casamento é celebrado pelo rabino sob a chuppah, uma cobertura decorada de flores, que representa o novo lar. Lá ficam os pais, irmãos, os rabinos (podem ser mais que um) e os noivos.
Rabino

É mais comum realizado nas sinagogas, mas poderá ser noutro local onde se pode construir a chuppah.
Noivos no chuppah

A noiva recebe um par de castiçais.

Antes da chegada da noiva, o noivo e mais duas testemunhas assinam a Ketubá, um contrato de casamento descrito em hebraico e português, que estipula as responsabilidades mútuas entre marido e mulher.
Ketubá

Em algumas e poucas sinagogas, liberais, a noiva também assina esse contrato.. A Ketubá torna-se propriedade pessoal da noiva, sendo-lhe entregue assim que é lida.
Momento da assinatura da Ketubá do noivo, e depois a noiva a recebê-la

A noiva entra com o pai, e, se não tiver sido casada antes, usa branco e um véu que é colocado sobre a sua cabeça pelo noivo, imediatamente antes da cerimónia, que simboliza a confiança no noivo e um ato de descrição para não se expor aos demais homens.

Estando o casal sob a chuppah, é costume a noiva caminhar três, quatro ou sete vezes em torno do noivo, dependendo da tradição local. Este ato tem duas explicações, uma é a demonstração da noiva de que o marido será o centro da sua existência, a outra, mais aceite e até menos "machista", é de que o ato simboliza que o noivo agora está rodeado pela luz e pela virtude trazida pelo casamento.
Voltas da noiva em volta do noivo

Após a noiva ter caminhado em torno do noivo, o rabino recita um fragmento do Salmo 118, que dá graças ao Senhor e à Casa de Israel, além de uma curta bênção, e depois o rabino faz um curto sermão, dirigido aos noivos, e depois, procede à bênção do primeiro dos dois copos de vinho que serão bebidos durante a cerimónia.

Após isto, começa a celebração efetiva do casamento, primeiro, o noivo "paga" à noiva um preço de aquisição, sob a forma de um anel feito de algum material precioso. Ele coloca o anel no dedo indicador da mão direita da noiva, que aceita a jóia em sinal de consentimento.

De seguida, o rabino recita a promessa de casamento e o noivo repete palavra a palavra, a fim de não haver possibilidade de erro. O enunciado real do voto é: "Eis que tu me és santificada por este anel, de acordo com as leis de Moisés e de Israel".

Deste modo, o casamento é na realidade efetuado pelo noivo, que recebe a noiva por palavra e atos, na presença de duas testemunhas que assinam o contrato do matrimónio. A função do rabino é apenas certificar-se que tudo seja feito corretamente.

Após a leitura da Ketubá abençoa-se um segundo copo de vinho, do qual os dois bebem. A bênção do segundo copo é a primeira das sete bênçãos do casamento.
Momento em que bebem, a primeira das sete bênçãos do casamento

Após a bênção, um copo é colocado no chão, não aquele que os noivos beberam, para que o noivo quebre-o pisando, para recordar a destruição do antigo Templo de Jerusalém. Neste momento, os presentes gritam "Mazzeltov", que significa "Boa sorte e parabéns".
Momento em que o noivo quebra o copo

Após a quebra do copo, é proferida a birchat cohanim ou bênção do sacerdote. Os convidados permanecem na sinagoga até que os noivos tenham saído.

Os casamentos judaicos podem ser realizados em qualquer data, com exceção dos sábados judaicos e as datas das festas religiosas. Exige-se, porém, que ambos os noivos pertençam à religião judaica. Os noivos devem apresentar a certidão de casamento dos pais na sinagoga escolhida e preencher um formulário com dados pessoais.

Mary Sweet

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