sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Um Pouquinho de História

As Mulheres Nazis - Parte 1


Estou a ler um livro sobre elas, mas decidi antecipar-me ao final do livro e escrever sobre o que encontrar, sobre estas mesmas mulheres. Quando acabar a leitura dos livros, farei um post indicado ao tema.

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Retratadas com tons suaves e encantadores. Louras, de rosto tranquilo e puro, estas eram as mulheres do Terceiro Reich de Hitler.
Elas eram mães irrepreensíveis , donas de casa excelentes, secretárias trabalhadoras e auxiliares dedicadas. Elas apoiavam os seus homens na guerra e eram devotas à causa do Führer.
Cartaz "Apoiar o programa de assistência para mães e filhos"
Hitler tratava-as com toda a delicadeza. Quando a guerra começou, proibiu-as de trabalharem em fábricas de munições com medo delas perderem a sua feminilidade sob o stress do trabalho pesado.
Hitler numa visita a uma escola feminina
Auxílios sociais eram dados para cada nova criança nascida, as famílias com muitos filhos eram publicamente exaltadas e a Cruz de Ouro de Honra da Mãe Alemã era dada a cada mulher que tivesse quatro ou mais filhos.
Cruz de Ouro em Honra da Mãe Alemã
Hitler precisava de uma população de mulheres dóceis e devotas para gerar a nova geração de super homens que ele precisava.
Ideal da família Ariana
Mesmo com os bombardeios, os Aliados transformaram a Alemanha em escombros, Hitler ordenou que as indústrias que logicamente deveriam ser transformadas em indústrias de armamento continuassem a produzir batons, tecidos e demais artigos femininos "para as nossas graciosas mulheres".
Na primeira análise alemã no pós-guerra do papel da mulher nos crimes nazistas, a historiadora Kathrin Kompisch documenta a vergonhosa realidade sobre o sexo feminino durante a guerra, que até recentemente era um assunto tabu. "A participação da mulher nos crimes nazistas ficou camuflado na consciência coletiva dos alemães por um longo tempo", ela escreve.

Elas tornaram-se assistentes de doutores que assassinavam, tornaram-se chefes de segurança nos campos de concentração, como Herta Bothe, conhecida como a Sadista de Stutthof pelos seus espancamentos brutais.
Herta Bothe
No fim da guerra, as mulheres tentavam diminuir as suas responsabilidades dizendo que eram apenas engrenagens numa máquina masculina que lhes davam ordens.

Analisando as estatísticas do pré e do pós guerra, descobriu-se que muitos postos de trabalho no governo, na iniciativa privada e no setor militar foram ocupadas por mulheres de forma muito mais expressiva nos tempos de Hitler do que nos tempos de paz.

As mulheres que ficavam em casa, dedicadas à vida domestica e gerando os filhos, também sujaram as suas mãos. Afinal, na sua grande maioria foram as mulheres que exigiam que o governo vendesse as jóias, móveis, itens domésticos e roupas que eram tomados dos seus vizinhos judeus que desapareciam à noite sem deixar rastos.

A hierarquia fortemente masculina do estado nazista bloqueava as mulheres dos postos de comando desde o seu princípio, mas o regime encorajava de forma ativa as mulheres a participar na implantação do terror a níveis primordiais.

A maioria dos Blockwaerts (quem denunciava as atividades anti nazistas aos agentes do partido) eram mulheres. As mulheres também faziam denúncias não oficiais à Gestapo sobre vizinhos suspeitos, judeus e outros inimigos do estado, três vezes mais do que os homens.

A mulher também não era a sagrada imagem do casamento que o Nazismo queria promover, já que elas eram ávidas denunciantes dos seus maridos. Os arquivos ainda disponíveis da Gestapo na cidade de Dusseldorf notava que "elas tentavam mudar a balança do poder nas suas casas denunciando os seus maridos ao governo como se eles fossem espiões, comunistas ou anti-nazistas".

As mulheres que serviam a SS nos campos de concentração, como Hermine Braunsteiner, conhecida como a "Égua de Majdanek", matava as suas vitimas pisando e Irma Grese, o "Anjo da Morte" de Belsen e Auschwitz, estas mulheres tinham pouca educação formal, além de serem psicopatas que enfrentavam permanente rejeiçção da sociedade.
Hermine Braunsteiner
Irma Grese
Por volta de 3200 mulheres serviram nos campos de concentração. Guardas femininas vinham geralmente das classes mais baixas e tinham pouca experiência profissional, mas a SS reportava quer mães de família, cabeleireiras, condutoras de bonde (eléctricos) ou professoras aposentadas.

Uma mulher para se casar com um oficial nazi, era obrigada a fazer um curso onde as ensinavam a cozinhar, costurar, limpar, passar, decorar a casa, além de cuidar e educar as crianças. Também lhes davam noçõs sobre como comportar-se corretamente em eventos sociais e ensinavam-lhes "conhecimentos especiais sobre a genética e a raça".
Após o curso, recebiam um certificado que lhes permitia casar numa cerimónia perante um altar decorado com símbolos nazis, na presença de membros da Wehrmacht, as forças armadas unificadas da Alemanha nazi 1935/1945.
Estas "escolas de namoradas" foram fundadas após o comandante da SS, Heinrich Himmler, assinar a respetiva ordem em 1936. A primeira escola foi aberta na ilha de Schwanenwerder, no Lago Wannsee, próximo de Berlim. A pessoa que liderou o projeto foi Gertrud Scholtz-Klink, a mulher de mais alto escalão do Terceiro Reich.
Gertrud Scholtz-Klink
Dorothea Binz, era supervisora do treinamento do campo feminino de Ravensbruck, treinava estudantes. Uma sobrevivente testemunhou depois da guerra que os alemães trouxeram um grupo de 50 mulheres para o campo com o objetivo e treiná-las. As mulheres eram separadas e levadas perante os presos. Cada mulher era instruída a espancar um prisioneiro. Destas 50, três questionaram o porquê disto, e apenas uma recusou-se a fazê-lo, ela foi mais tarde presa.
Dorothea Binz
Dr. Eugen Kogon, um nazi, escreveu depois do fim da guerra um relatório para os Aliados sobre as guardas femininas: "Elas eram simplesmente atraídas pela ideologia das SS como um modo de vida que as agradava e na qual elas concordavam..."
Dr. Eugen Kogon
Ilse Koch, a esposa do comandante do campo de Buchenwald tinha como divertimento montar as cabeças de presos executados em pedaços de madeira para servir como decoração.
Ilse Koch
Karin Magnussen, nascida em 1908 em Bremen, era uma brilhante bióloga e física. Era uma mulher respeitada pelas suas capacidades e que não foi afetada pela crise económica que ajudou Hitler a tomar o poder, e terminou a fazer experiências em Auschwitz com os globos oculares retirados de prisioneiros ainda vivos, tudo supervisionado pelo Dr. Josef Mengele, com o objetivo de fazer experiências sobre a pigmentação da íris humana.
Karin Magnussen
Karin tornou-se uma nazista fanática por escolha própria, e não para obter vantagens financeiras ou sociais que poderiam atrair mulheres de classes sociais mais baixas. No fim da guerra, ela era mais uma daquelas que diziam ter sido "arrastadas" pelos acontecimentos.
Karin Magnussen
A Dra. Ruth Kellermann, nascida em 1913, foi outra intelectual que se uniu de forma voluntária à cruzada nazista. Também era uma cientista brilhante, trabalhou no sinistro Instituto de Pesquisas para a Higiene de Raça e Biologia Popular em Berlim, onde ela fazia experiências em cadáveres de ciganos mortos em Ravensbruck.

A história do passado de Ruth ficou escondido até aos anos de 1980, quando numa das suas palestras de história na Universidade de Hamburgo transformou-se num tumulto quando protestantes invadiram o local, acusando-a de crimes de guerra.

Dra Herta Obertheuser, era uma mulher feliz, talentosa e independente, que trabalhou no campo de concentração de Ravensbruck. Ela matava crianças saudáveis com injeções feitas de óleo, misturadas com drogas sedativas, e após isto removendo órgãos vitais e membros do corpo da vítima. O tempo que a injeção levava a fazer efeito era de cinco minutos, a pessoa estava consciente durante o processo até ao último momento.
Dra Herta Obertheuser
Obertheuser também efetuava experimentos médicos horrendos e dolorosos, focando-se em infligir deliberadamente feridas nas suas cobaias humanas. Para poder simular ferimentos de combate que os soldados alemães sofriam no campo de batalha e identificar possíveis curas efetivas para tais feridas, ela esfregava objetos como madeira, pregos enferrujados, pedaços de vidro, poeira ou serragem, nas feridas dos prisioneiros.
Dra Herta Obertheuser
Herta Obertheuser foi a única ré no Julgamento Médico de Nuremberg, onde foi sentenciada a 20 anos de prisão. Foi libertada em abril de 1952 por bom comportamento, voltou à medicina, até ser identificada por um sobrevivente de Ravensbruck em 1956. A sua licença de exercício médico foi caçada em 1958.
Julgamento de Dra Herta Obertheuser
Mary

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