segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Um Pouquinho de História

As Rainhas Menos Bonitas da História - Parte 4


D. Maria II, Rainha da Inglaterra, Escócia e Irlanda

Nasceu em Londres a 30 de abril de 1662.
D. Maria II, Rainha da Inglaterra, Escócia e Irlanda, retrato de 1677
Filha de Jaime II & VII e de Ana Hyde, que se tinham convertido ao catolicismo, porém Maria e a sua irmã Ana foram criadas como protestantes seguindo ordens do tio Carlos II.
Ana Hyde e Jaime II & VII
Casou-se com o seu primo Guilherme de Orange (mais tarde III & II rei de Inglaterra, Escócia e Irlanda), aos 15 anos e foi morar para os Países Baixos e tornou-se popular entre o povo.
Guilherme III & II, rei de Inglaterra, Escócia e Irlanda
Maria juntamente com o marido, ambos protestantes, tornaram-se rei e rainha logo depois da "Revolução Gloriosa", que terminou por depor o seu pai católico Jaime II & VII.
D. Maria II e Guilherme III & II, reis da Inglaterra, Escócia e Irlanda, representados no teto do Painted Hall 
Maria mantinha menos poder quando Guilherme estava na Inglaterra, cedendo a maior parte da autoridade a este, porém o rei dependia muito dela. Ela agia sozinha quando o marido estava em campanhas militares no exterior, mostrando-se uma governante firme, poderosa e eficaz.
D. Maria II, Rainha da Inglaterra em 1676
Maria era alta, tinha 1,80m e aparentemente em boa forma, caminhava regularmente entre os palácios de Whitehall e Kensington. Contraiu varíola no final de 1694, ela mandou embora todos os que ainda não tinham tido a doença para impedir o contagio. A sua irmã Ana, estava grávida na altura, enviou-lhe uma carta dizendo que correria qualquer risco para a ver de novo, porém a oferta foi recusada pela dama de estola da rainha.
D. Maria II, Rainha da Inglaterra, em 1690
Maria morreu no Palácio de Kensington pouco depois da meia-noite do dia 28 de dezembro de 1694. O seu corpo foi embalsamado durante o frio inverno e foi velado na Casa Banqueting. No dia 5 de março do ano seguinte, ela foi enterrada na Abadia de Westminster.
D. Maria II, Rainha da Inglaterra, retrato de 1685
A sua morte em 1694 abalou muito Guilherme, que se recusou a casar novamente. Continuou a reinar até à data da sua morte em 1702


D. Catarina de Áustia, Rainha de Portugal

D. Catarina de Áustria, nasceu a 14 de janeiro de 1507. Foi arquiduquesa da Áustria, princesa de Espanha e Rainha de Portugal.
D. Catarina, Rainha de Portugal
Era filha de Joana, a Louca, Rainha de Espanha, e de Filipe, o Belo, arquiduque da Áustria e Duque da Borgonha.
Filipe, o Belo e Joana, a Louca
Depois da morte do seu pai, em 1506, a sua mãe foi encarcerada em Tordesilhas como louca e Catarina acompanhou-a, acabando por ser libertada graças à intervenção do seu irmão Carlos V.
D. Carlos V
A 5 de fevereiro de 1525, casou-se com o rei João III de Portugal, tornando-se rainha consorte até à morte do marido em 1557. Foi mãe do Príncipe João e avó do que viria a ser o Rei D. Sebastião. Durante a menoridade do neto, exerceu a regência do reino, entre 1557 e 1562.
D. João III de Portugal
Príncipe João
Rei D. Sebastião de Portugal

D. Amélia de Orleães, Rainha de Portugal

D. Amélia de Orleães, nasceu em Twickenham, na Inglaterra a 28 de setembro de 1865. Foi de facto a última Rainha de Portugal.
D. Amélia, Rainha de Portugal
Era filha primogénita de Luís Filipe, conde de Paris e de Maria Isabel de Orleães-Montpensier, infanta de Espanha.
Luís Filipe, conde de Paris
Maria Isabel de Orleães-Montpensier
D. Amélia passou parte da sua infância na Inglaterra, devido ao exílio a que a sua família foi sujeita desde que Napoleão III assumira o trono da França, em 1848. Só após a queda do império, em 1871, os Orleães puderam regressar ao país. A princesa teve então a esmerada educação reservada às princesas, embora o seu pai fosse apenas pretendente à coroa.
Imperador Napoleão III da França
D. Amélia adorava teatro e ópera. Uma ávida leitora, escrevia para os seus autores favoritos, e tinha dons para pintura.
D. Amélia, Rainha de Portugal
O casamento com o príncipe real Carlos, Duque de Bragança, ocorreu após falharem várias hipóteses de união com a família imperial austríaca e a família real espanhola. Apesar do casamento arranjado, Amélia e Carlos apaixonaram-se.
D. Amélia e D. Carlos, Reis de Portugal
A 18 de maio de 1886, Amélia partiu da França. Ao chegar a Pampilhosa, terá descido do comboio com o pé esquerdo. No dia seguinte, a 19 de maio, às 17 horas, a princesa conheceu a corte em Lisboa, que estava à sua espera. Foi bem recebida pelos sogros, o rei Luís I e a rainha Maria Pia.
Rei Luís I de Portugal
Rainha D. Maria Pia de Portugal
O casamento foi celebrado no dia 22 de maio de 1886, na Igreja de São Domingos, e grande parte do povo lisboeta saiu às ruas para acompanhar a cerimónia. Mudaram-se para o Palácio de Belém, onde viria nascer os dois filhos - Luís Filipe e o futuro Rei D. Manuel II de Portugal. Tiveram também uma filha, Maria Ana, nascida a 14 de dezembro de 1887, que apenas sobreviver algumas horas.
Príncipe Luís Filipe
Rei D. Manuel II de Portugal
Aos 24 anos tornou-se Rainha de Portugal. Contudo, o reinado com o seu marido, D, Carlos I, enfrentava crises políticas, tais como o Ultimato Britânico de 1890 e a insatisfação popular, crescia o ódio à família real portuguesa.
D. Amélia e D. Carlos, Reis de Portugal
Como rainha, Amélia desempenhou um papel importante. Com a sua elegância e carácter culto, influenciou a corte portuguesa. Interessada pela erradicação dos males da época, como a pobreza e a tuberculose, fundou dispensários, sanatórios, cozinhas económicas e creches. As suas obras mais conhecidas são as fundações do Instituto de Socorros a Náufragos (em 1892), o Museu dos Coches Reais (em 1905), o Instituto Pasteur em Portugal e da Assistência Nacional aos Tuberculosos.
D. Amélia, Rainha de Portugal
Como mãe, deu uma excelente educação aos seus dois filhos, alargando-lhes os horizontes culturais como uma viagem pelo Mediterrâneo, a bordo do iate real Amélia, mostrando-lhes as antigas civilizações romana, grega e egípcia.
D. Amélia, Rainha de Portugal, com os filhos, D. Luís Filipe (em pé) e D. Manuel (ao colo)
A 1 de fevereiro de 1908,viria a ser a data do regicídio, onde morreu o príncipe herdeiro, Luís Filipe, e o rei D. Carlos, que deixaram um profundo desgosto à Rainha, e nunca mais se recuperou totalmente. Retirou-se então para o Palácio da Pena, em Sintra, não deixando porém de procurar apoiar, por todos os meios, o seu jovem filho, agora o Rei D. Manuel II, no período em que se assistiu ao degradar das instituições monárquicas.
Placa no local onde ocorreu o regicídio a 1 de fevereiro de 1908
Após a proclamação da República Portuguesa, a 5 de outubro de 1910, Amélia seguiu o caminho do exílio com o resto da família real portuguesa para Londres. 
D. Amélia, Rainha de Portugal
Depois do casamento de D. Manuel II, com Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen, a Rainha passou a residir em Château de Bellevue, perto de Versalhes na França. D. Manuel II, morreu inesperadamente em 1932.
Casamento de D. Manuel II e Augusta Vitória, do lado direito de D. Manuel, encontra-se a mãe, D. Amélia
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo de Salazar ofereceu-lhe asilo político e Portugal, mas D. Amélia permaneceu em França ocupada, com imunidade diplomática portuguesa. Após o fim da guerra, a 8 de junho de 1945, regressou a Portugal, numa viagem emocionada, visitando o Santuário de Fátima e todos os lugares que lhe estavam ligados.
D. Amélia, Rainha de Portugal
A 25 de outubro de 1951, faleceu na sua residência em Château de Bellevue, perto de Versalhes na França, aos 86 anos. Sofreu um ataque fatal de uremia, morrendo às 9 horas e 35 minutos da manhã. O corpo da rainha foi transladado pela fragata Bartolomeu Dias para junto do marido e dos filhos, no panteão real dos Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora. Este foi o seu último desejo na hora da sua morte. O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.
Notícia da morte de D. Amélia, Rainha de Portugal

Mary Sweet

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