Casamento na Idade Média
A Idade Média foi um período com muitas regras e doutrinas ditadas pela Igreja Católica. As pessoas acreditavam em tudo o que a Igreja dizia, sem se questionar, numa crença fiel e cega que trouxe muitos problemas, inclusive no casamento.
Os casamentos entre nobres eram arranjados, por conveniência e aquisição de poder.
A Igreja via com maus olhos o amor entre homem e mulher, valorizando apenas o amor ao próximo.
Sendo assim, as relações sexuais só deveriam existir para deixar descendência, para ter filhos, e não ser um ato de amor ou puro prazer.
Muitos eram prometidos para casar ainda em crianças, sendo que as mulheres, na maioria, casavam-se antes dos 19 anos, com homens mais velhos ou não.
A noiva podia-se casar após a sua segunda menstruação, sendo que a família da mulher pagava um dote ao marido, em dinheiro ou bens.
Se existiam casamentos por amor, eram apenas entre os camponeses, pois os casamentos entre os nobres eram apenas por conveniência para assegurar a propriedade sobre as terras e a herança.
Havia um cortejo que surgiu no século XII, com o cavalheirismo por parte dos cavaleiros. Sendo que na corte o cavaleiro levava o lenço da mulher amada. No entanto era um amor platónico, já que dificilmente os casamentos eram arranjados entre os apaixonados.
Outra coisa é que membros de classes diferentes como a nobreza e o povo não se podiam casar. A mistura entre essas duas classes era proibida pela Igreja. Pois se alguém nascia numa classe deveria morrer nessa mesma classe, era uma regra que deveria ser seguida, significando a salvação.
Muitas vezes os noivos conheciam-se através de retratos pintados a óleo, e apenas conheciam-se pessoalmente no dia do casamento, quando este não era feito por procuração, desta forma só se conheciam tempos depois do casamento.
Muitas das tradições atuais dos casamentos nasceram na Idade Média. Uma delas é a cerimónia ser feita com a bênção de um sacerdote. Foi decretado no Concílio de Westminster em 1076, mas apenas no século XVI foi decretado que o casamento devia ser realizado obrigatoriamente por um sacerdote.
Antes os casamentos eram secretos, mas depois passaram a ser públicos, sendo um grande evento, que independente da classe social era uma ocasião muito especial.
Os casamentos dos membros da nobreza eram realizados nos castelos dos mesmos. A festa era grande e tinha muita comida e bebida.
Neste dia os mendigos vinham de longe para receberem as sobras do banquete e era tradição o senhor feudal libertar alguns prisioneiros.
Nos casamentos dos camponeses eram mais simples, celebrados na casa da noiva, onde toda a aldeia se reunia para festejar. Era tradição os camponeses partirem uma moeda e cada um ficava com uma metade, já que não tinham dinheiro para comprar alianças.
Era costume atirar sementes e trigo aos noivos para lhes desejar uma família numerosa.
O vestido da noiva poderia ser de qualquer cor, a cor azul simbolizava a pureza, as noivas usavam também liga.
O bolo de noiva de andares teve a sua origem na Idade Média. Era costume os convidados trazerem pequenos bolos que eram colocados uns em cima dos outros. Os noivos tentavam então beijar-se sobre os bolos sem os derrubar para dar sorte e prosperidade.
No ramo de flores, usavam-se a flor de laranjeira, no entanto apenas os nobres as podiam comprar, pois eram muito caras.
Os presentes também são uma tradição da Idade Média, entre os nobres havia três presentes, o dote à noiva, dado pela família da noiva, a casa e o rendimento que era dado pela família do noivo e a celebração do casamento pelo sacerdote.
No caso de camponeses, os noivos recebiam dos convidados presentes como utensílios de madeira, entre outras ferramentas.
Vida de Casados
Entre os nobres não era muito feliz, já que para além do casamento ser arranjado, o sexo era visto como pecado, salvo para ter filhos.
A Igreja Católica pregava que a nudez era um pecado, mesmo entre marido e mulher, sendo que em alguns lares mais tradicionais, o casal tinha relações com um lençol com um furo no meio. Até mesmo para tomar banho, muitos tomavam com roupa, por vergonha de si mesmos.
A única posição sexual permitida era a típica, mulher por baixo, homem por cima, pois a Igreja pregava que a mulher devia sujeitar-se ao marido.
Alguns senhores feudais recorriam ao cinto de castidade, para manter a fidelidade das suas esposas, quando eles tinham de viajar.
O cinto de castidade foi criado por volta do século XV, era feito de metal, e possuía aberturas farpadas que permitiam urinar, mas não ter relações sexuais. Outra forma de garantir a fidelidade da mulher era através de uma técnica de costura da vagina, a infibulação.
Cinto de Castidade |
Por causa de tantas regras e proibições, muitos homens procuravam prostitutas. Elas eram mal vistas pela sociedade e pela Igreja, só que em vez de proibir a sua atuação, o clero cobrava metade dos seus lucros.
Isto foi instituído pelo Papa Clemente II no século XI. Seria uma forma delas serem perdoadas pelos seus pecados.
Papa Clemente II |
Além disso, em alguns feudos, o senhor feudal tinha direito a primazia da primeira noite, em que concedia ao vassalo a licença para casar, desde que passasse a primeira noite com a esposa deste.
Apesar de não haver um divórcio legal, a separação era tolerada na época, sendo que a anulação do casamento poderia ser feita, mas só se fosse em circunstâncias especiais.
Mary Sweet
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