segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pelos Caminhos do Mundo

Ainda andamos pela zona de Lisboa, mas desta vez, vamos até Sintra...

Palácio e Quinta da Regaleira

Palácio da Regaleira

Designado também por Palácio do Monteiro dos Milhões, denominação associada à alcunha do seu primeiro proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro.
António Augusto Carvalho Monteiro

Está situado na encosta da Serra e a escassa distância do Centro Histórico de Sintra estando classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2002.
Palácio da Regaleira

A documentação histórica sobre este local é escassa para os tempos anteriores à sua compra por Carvalho Monteiro. Sabe-se que, em 1697, José Leite era o proprietário de uma vasta propriedade nos arredores da Vila de Sintra, que integra a Quinta.

Francisco Albertino Guimarães de Castro comprou a propriedade, em 1715. em hasta pública, canalizou a água da Serra a fim de alimentar uma fonte aí existente.

Em 1830, na posse de Manuel Bernardo, a Quinta toma a atual designação. Em 1849, a Quinta da Regaleira é adquirida pela filha de uma negociante do Porto, de apelido Allen, que mais tarde foi agraciada com o título de Baronesa da Regaleira. Data deste período a construção de uma casa de campo que é visível em algumas representações iconográficas de finais do século XIX.
Baronesa da Regaleira

A história da atual Regaleira remonta a 1892, ano em que os barões da Regaleira vendem a propriedade ao Dr. António Augusto Carvalho Monteiro por 25 contos de réis. A maior parte da construção atual da quinta teve início em 1904 e estava terminada em 1910.

A quinta foi vendida a Waldemar d'Orey a 29 de março de 1949 que realizou trabalhos profundos de restauro e recuperação da casa principal, dos jardim e do sistema de captação de água, tendo ficado na posse da família durante quase 39 anos até que em 13 de janeiro de 1988 a venderam à firma Shundo Sanko do grupo Aoki Corporation.
Waldemar d'Orey

Em 1997, a Câmara Municipal de Sintra adquire este valioso património, iniciando pouco depois um exaustivo trabalho de recuperação do património edificado e dos jardins. Atualmente, a Quinta da Regaleira está aberta ao público e é anfitriã de diversas atividades culturais.
Palácio da Regaleira

O antigo proprietário Carvalho Monteiro quis ressuscitar o passado mais glorioso de Portugal, daí a predominância do estilo neomanuelino com a sua ligação aos descobrimentos. Esta evocação do passado passa também pela arte gótica e alguns elementos clássicos. A diversidade da Quinta é enriquecida com o simbolismo de temas esotéricos relacionados com a alquimia, Maçonaria, Templários e Rosa-cruz.
Palácio da Regaleira

A mata que ocupa a maioria do espaço da Quinta, não está disposta ao acaso. Começando mais ordenada e cuidada na parte mais baixa da quinta, mas, sendo progressivamente mais selvagem até chegarmos ao topo.
Palácio da Regaleira

O Patamar dos Deuses é composto por nove estátuas dos deuses greco-romanos. A mitologia clássica foi uma das inspirações de Carvalho Monteiro para os jardins da Quinta da Regaleira.
Patamar dos Deuses na Quinta e Palácio da Regaleira
Patamar dos Deuses na Quinta e Palácio da Regaleira

O Poço Iniciático é composto por uma galeria subterrânea com uma escadaria em espiral, sustentada por colunas esculpidas, por onde se desce até ao fundo do poço. A escada é composta por nove patamares separados por lanços de 15 degraus cada um, invocando referências à Divina Comédia de Dante e que podem representar os nove círculos do inferno, do paraíso ou do purgatório.
Poço Iniciático da Quinta e Palácio da Regaleira

O poço diz-se iniciático porque acredita-se que era usado em rituais de iniciação à Maçonaria e a explicação do simbolismo dos mesmo nove patamares diz-se que poderá ser encontrada na obra "Conceito Rosacruz do Cosmos".
Poço Iniciático da Quinta e Palácio da Regaleira

A simbologia do local, o poço, está relacionada com a crença que a terra é o útero materno de onde provém a vida, mas também a sepultura para onde voltará. Muitos ritos de iniciação aludem a aspetos do nascimento e morte ligados à terra, ou renascimento.
Poço Iniciático da Quinta e Palácio da Regaleira

A Capela da Santíssima Trindade tem uma magnifica fachada que aposta no revivalismo gótico e manuelino. Nela estão representados Santa Teresa d'Ávila e Santo António.
Capela da Santíssima Trindade da Quinta da Regaleira

A Torre da Regaleira foi construída para dar a quem a sobe a ilusão de se encontrar no eixo do mundo.
Torre da Quinta da Regaleira

Mary Sweet

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