Lisboa...
Convento do Carmo
O Convento da Ordem do Carmo de Lisboa localiza-se no Largo do Carmo e ergue-se na colina fronteira à do Castelo de São Jorge, na cidade de Lisboa.
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Ruínas do Convento do Carmo |
O conjunto, já foi a principal igreja gótica da capital, e que pela sua grandeza e monumentalidade concorria com a própria Sé de Lisboa, ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, não tendo sido reconstruído.
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Convento do Carmo antes do terramoto de 1755 |
Constitui-se num dos principais testemunhos da catástrofe ainda visíveis na cidade. Atualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo.
É possível que a ruína do Convento do Carmo e do Convento da Trindade, aquando o terramoto de 1755, esteja na origem da expressão popular "Cair o Carmo e a Trindade".
O Convento do Carmo foi fundado por D. Nuno Álvares Pereira em 1389. Foi ocupado inicialmente por frades carmelitas de Moura, chamados por D. Nuno para ingressar no convento em 1392.
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D. Nuno Álvares Pereira |
Em 1404, D. Nuno doou os seus bens ao convento e, em 1423, ele mesmo entrou para o convento como religioso, período em que as suas obras estariam concluídas. O Condestável escolheu ainda a Igreja do Convento como sua sepultura.
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D. Nuno Álvares Pereira |
No dia 1 de novembro de 1755, o grande terramoto e subsequente incêndio que atingiu a cidade, destruíram boa parte da igreja e do convento, consumindo-lhe o recheio.
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Terramoto de 1755 em Lisboa |
No reinado de D. Maria I de Portugal iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, já em estilo neogótico, com trabalhos interrompidos em 1834, aquando da extinção das ordens religiosas.
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Rainha D. Maria I de Portugal |
Em meados do século XIX, imperando o gosto romântico pelas ruínas e pelos antigos monumentos medievais, optou-se por não continuar a reconstrução do conjunto, deixando o corpo das naves da igreja a céu aberto e criando, assim, um idílico cenário de ruína, que tanto agradava aos estetas oitocentistas e que ainda hoje encanta os visitantes.
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Ruínas do Convento do Carmo |
A parte habitável do convento foi convertida em instalações militares em 1836. Foi aqui, no Quartel do Carmo, sede do Comando-Geral da GNR, que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano refugiou-se dos militares revoltosos, durante a Revolução dos Cravos. O cerco deste aquartelamento foi dirigido pelo capitão Salgueiro Maia.
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Marcelo Caetano |
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Cerco ao Quartel do Carmo - 25 de Abril de 1974 - Revolução dos Cravos |
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Salgueiro Maia |
No Largo do Carmo, em frente ao convento, encontra-se o Chafariz do Carmo, do século XVIII, desenhado por Ângelo Belasco e decorado com quatro golfinhos.
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Chafariz do Carmo no Largo do Carmo |
Museu Arqueológico do Carmo
O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mais interessante coleção.
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Ruínas do Convento do Carmo |
Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja.
O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches, decorado com cenas de caça ao javali (início do século XIV, e o magnífico túmulo do Rei D. Fernando I (1367/1383), transferido de um convento em Santarém para o museu.
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Rei D. Fernando I de Portugal |
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Túmulo do Rei D. Fernando I de Portugal no Convento do Carmo |
Destaca-se também uma estátua de um Rei do século XIII, talvez D. Afonso Henriques, além de peças romanas, visigóticas e até duas múmias peruanas.
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Rei D. Afonso Henriques de Portugal |
Mary Sweet
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