terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pelos Caminhos do Mundo

Lisboa...

Convento do Carmo


O Convento da Ordem do Carmo de Lisboa localiza-se no Largo do Carmo e ergue-se na colina fronteira à do Castelo de São Jorge, na cidade de Lisboa.
Ruínas do Convento do Carmo
O conjunto, já foi a principal igreja gótica da capital, e que pela sua grandeza e monumentalidade concorria com a própria Sé de Lisboa, ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, não tendo sido reconstruído.
 Convento do Carmo antes do terramoto de 1755
Constitui-se num dos principais testemunhos da catástrofe ainda visíveis na cidade. Atualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo.

É possível que a ruína do Convento do Carmo e do Convento da Trindade, aquando o terramoto de 1755, esteja na origem da expressão popular "Cair o Carmo e a Trindade".

O Convento do Carmo foi fundado por D. Nuno Álvares Pereira em 1389. Foi ocupado inicialmente por frades carmelitas de Moura, chamados por D. Nuno para ingressar no convento em 1392.
D. Nuno Álvares Pereira
Em 1404, D. Nuno doou os seus bens ao convento e, em 1423, ele mesmo entrou para o convento como religioso, período em que as suas obras estariam concluídas. O Condestável escolheu ainda a Igreja do Convento como sua sepultura.
D. Nuno Álvares Pereira
No dia 1 de novembro de 1755, o grande terramoto e subsequente incêndio que atingiu a cidade, destruíram boa parte da igreja e do convento, consumindo-lhe o recheio.
Terramoto de 1755 em Lisboa
No reinado de D. Maria I de Portugal iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, já em estilo neogótico, com trabalhos interrompidos em 1834, aquando da extinção das ordens religiosas.
Rainha D. Maria I de Portugal
Em meados do século XIX, imperando o gosto romântico pelas ruínas e pelos antigos monumentos medievais, optou-se por não continuar a reconstrução do conjunto, deixando o corpo das naves da igreja a céu aberto e criando, assim, um idílico cenário de ruína, que tanto agradava aos estetas oitocentistas e que ainda hoje encanta os visitantes.
Ruínas do Convento do Carmo
A parte habitável do convento foi convertida em instalações militares em 1836. Foi aqui, no Quartel do Carmo, sede do Comando-Geral da GNR, que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano refugiou-se dos militares revoltosos, durante a Revolução dos Cravos. O cerco deste aquartelamento foi dirigido pelo capitão Salgueiro Maia.
Marcelo Caetano
Cerco ao Quartel do Carmo - 25 de Abril de 1974 - Revolução dos Cravos
Salgueiro Maia
No Largo do Carmo, em frente ao convento, encontra-se o Chafariz do Carmo, do século XVIII, desenhado por Ângelo Belasco e decorado com quatro golfinhos.
Chafariz do Carmo no Largo do Carmo

Museu Arqueológico do Carmo

O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mais interessante coleção.
Ruínas do Convento do Carmo
Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja.

O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches, decorado com cenas de caça ao javali (início do século XIV, e o magnífico túmulo do Rei D. Fernando I (1367/1383), transferido de um convento em Santarém para o museu.
Rei D. Fernando I de Portugal
Túmulo do Rei D. Fernando I de Portugal no Convento do Carmo
Destaca-se também uma estátua de um Rei do século XIII, talvez D. Afonso Henriques, além de peças romanas, visigóticas e até duas múmias peruanas.
Rei D. Afonso Henriques de Portugal

Mary Sweet

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