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Torre de Belém
É um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do Rio Tejo, freguesia de Santa Maria de Belém, onde existiu anteriormente a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar em terra firme, como se vê hoje.Torre de Belém |
Originalmente sob a invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da cidade de Lisboa, designada no século XVI pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo. esta fortificação integrava o plano defensivo da barro do Rio Tejo projetado à época de João II de Portugal.
São Vicente de Saragoça |
Rei D. João II de Portugal |
A estrutura só viria a ser iniciada em 1514, no reinado de Manuel I de Portugal, tendo como arquiteto Francisco de Arruda. As suas obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca, que, à época, também dirigia as obras do Mosteiro dos Jerónimos.
Rei D. Manuel I de Portugal |
Concluída em 1520, foi o seu primeiro alcaide Gaspar de Paiva, nomeado para a função no ano seguinte.
Com a evolução dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função defensiva original. Ao longo dos século foi utilizada como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol.
Torre de Belém ilustração antiga |
Os seus paióis foram utilizados como masmorras para presos políticos durante o reinado de Felipe II de Espanha, e, mais tarde, por João IV de Portugal.
Rei Felipe II de Espanha |
Rei D. João IV de Portugal |
Sofreu várias remodelações ao longo dos séculos, principalmente a do século XVIII que privilegiou as ameias, o varandim do baluarte, o nicho da Virgem, voltado para o rio, e o claustrim.
A Torre de Belém é classificada como Monumento Nacional por Decreto de 10 de janeiro de 1907, é considerada como Património Mundial pela UNESCO desde 1983. Naquele mesmo ano integrou a XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura.
Torre de Belém |
Curiosidades
O monumento reflete influências islâmicas e orientais, que caracterizam o estilo manuelino e marca o fim da tradição medieval das torres de menagem, ensaiando um dos primeiros baluartes para artilharia no país.
Parte da sua beleza reside na decoração exterior, adornada com cordas e nós esculpidos em pedra, galerias abertas, torres de vigia no estilo mourisco e ameias em forma de escudos decorados com esferas armilares, a Cruz da Ordem de Cristo e elementos naturalistas, como rinoceronte, alusivos às navegações. O interior gótico, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é muito austero.
A sua estrutura compõe-se por dois elementos principais: a torre e o baluarte. Nos ângulos do terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas coroadas por cúpulas de gomos, ricamente decorada em cantaria de pedra.
A torre quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte:
- Primeiro andar - Sala do Governador;
- Segundo andar - Sala dos Reis;
- Terceiro andar - Sala de Audiências;
- Quarto andar - Capela;
- Quinto andar - Terraço da Torre.
O monumento destaca-se pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal.
Foi eleita como uma das Sete Maravilhas de Portugal, a 7 de julho de 2007.
Mary Sweet
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