Di Stéfano
Faleceu ontem, dia 7 de julho de 2014, em Madrid, no Hospital Gregorio Marañon, onde se encontrava internado desde 5 de julho após ter sofrido um enfarte.Di Stéfano |
De nome Alfredo Estéfano Di Stéfano Laulhé, nascido em Buenos Aires a 4 de julho de 1926.
Foi um futebolista e treinador, jogou pela Seleção da Argentina, mas também pela Colômbia e pela Espanha.
Di Stéfano na seleção da Argentina |
Considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos.
Di Stéfano |
Foi Presidente Honorário do Real Madrid de 2000 a 2014, e Presidente Honorário da UEFA, desde 2008.
Di Stéfano |
Não são poucos os que consideram Di Stéfano o melhor jogador do século XX, à frente de Pelé e Diego Maradona.
Pelé |
Diego Maradona |
Em criança, não se imaginava como jogador de futebol, preferindo a carreira de piloto, apesar dos incentivos do pai. Só começou a gostar do jogo após marcar três golos quando, aos 17 anos, foi chamado às pressas para completar a equipa do bairro.
Após a passagem por outros clubes, o Barcelona negociara com o clube que oficialmente detinha o seu passe o River Plate. Di Stéfano já tinha participado em três jogos amigáveis pelo Barcelona, quando o Real Madrid entrou na disputa por ele. O ministro do desporto, General Moscardo, apresentou a sua solução: o argentino faria temporadas alternadas por cada equipa por quatro anos, começando no Real Madrid, este acordo, foi recusado pelo Barcelona, acabando por Di Stéfano ficar no Real Madrid.
Di Stéfano, em 1947, no River Plate |
A polémica mudança, fez com que o Barcelona se sentisse traído. A rivalidade entre as duas equipas, sem tanta força até então, começaria aí, aumentando com o passar dos anos devido às conquistas em série que o Real Madrid conseguiria com ele na liderança da equipa em campo.
Di Stéfano no Barcelona |
Na sua primeira temporada, o R. Madrid conquistou o seu terceiro título, muito por conta dos 29 golos de Di Stéfano. Fazendo o bicampeonato na segunda temporada.
Di Stéfano no Real Madrid |
Em 1955, com o R. Madrid ganharia a Liga Latina, o mais prestigiado torneio europeu de clubes a época, que reunia os campeões de Espanha, França, Itália e Portugal. Os espanhóis venceram os portugueses do Belenenses e, na final, os franceses do Stade de Reims.
Di Stéfano defendeu três seleções diferentes, a sua, Argentina, onde jogou pouco, foram seis jogos, todas no ano de 1947, no Campeonato Sul-Americano de Seleções, marcou seis vezes. Pela Colômbia, estreou-se no ano da sua chegada ao país, em 1949, realizando os seus quatro jogos pela Seleção Colombiana nesse mesmo ano, sem marcar. Estes dois países não participaram nas eliminatórias para as Copas do Mundo de 1950 nem de 1954.
Pela Espanha, estreou-se em 1957 até 1961, entrou em campo 31 vezes, marcou 23, sendo o maior artilheiro da Seleção Espanhola até 1990, quando foi superado por Emilio Butragueño, posteriormente por outros.
Di Stéfano na seleção espanhola |
Ele teria a sua oportunidade de disputar uma Copa do Mundo de 1962, a Espanha classificou-se.
O último jogo de Di Stéfano pela Espanha fora ainda em 1961, num amigável contra a França. Embora se mantivesse em alto nível no Real Madrid, participando na série de títulos espanhóis do clube no início da década de 1960, não pode jogar mais pela Espanha por imposição da FIFA, que determinou que a Copa do Mundo de 1962 seria a última vez que permitiria jogadores de outros países a jogar sem que que fosse pela primeira seleção em que jogaram.
Após um ano de descanso, treinou pela primeira vez uma equipa, o pequeno Elche (clube espanhol).
Di Stéfano como treinador do Elche F.C. |
Como treinador ganhou o seu primeiro título pela equipa rival à sua de coração (River Plate), Boca Juniors, no campeonato argentino de 1969, foi uma das conquistas nacionais mais memoráveis deste clube. O clube ganhou ainda naquele ano a Copa Argentina.
Di Stéfano como treinador do Boca Juniors |
Seria campeão nacional duas temporadas depois, agora na liga espanhola, pelo Valencia. Foi a equipa onde Di Stéfano teve mais sucesso como treinador. Treinou ainda o Sporting C. P, o Rayo Vallecano e o Castellón, sem conseguir títulos.
Após voltar ao Valencia, voltou ao River Plate em 1981, foi novamente campeão argentino, ganhando o Nacional de 1981. É o único técnico campeão argentino tanto pelo Boca Juniors como pelo River Plate.
Voltou então ao Real Madrid, onde teria uma nova experiência. Na época de 1982/83, na qual chegou, terminou mal, pois o R. Madrid disputou cinco títulos e perdeu-os todos. Na época seguinte, perdeu novamente o campeonato Espanhol para o Atlético de Madrid, nos critérios de desempate.
A falta de títulos, tirou-se o título de treinador do R. Madrid, e voltou ao Valencia em 1986, num difícil momento do clube, que terminara a temporada de 1985/86 na segunda divisão. Na época seguinte, ganhou o titulo da Segunda Divisão e ficou mais uma temporada na equipa, saindo por desentendimentos com o clube.
Voltou ao posto de treinador do Real Madrid em 1990, após a demissão de John Toshack. Ganho o seu último título no Real como treinador a Superliga da Espanha de 1990, com o especial sabor de ter vencido o Barcelona, no Santiago Bernabéu, por 4-1, após a derrota no jogo de ida por 0-1 no Camp Nou.
Fora das quatro linhas, é descrito como alguém tímido com homenagens, e que não gostava de se gabar, preferido usar a expressão "nós" ao "eu" ao falar das vitórias que teve.
Di Stéfano |
Teve dois irmãos, Tulio, que também jogou futebol e Norma, que preferiu o basquetebol.
Em 1950 casou-se com Sara Freites Varela, com que viveu durante 55 anos até à morte desta, em 2005, tiveram seis filhos: Nanette, Silvana, Alfredo, Elena, Ignacio e Sofia.
Sara Freites Varela |
Di Stéfano com o filho Alfredo, em 1963 |
Di Stéfano teve perto de morrer, em 2005, quando sofreu um ataque cardíaco, afirmou desde então que passou a cuidar melhor da sua saúde, já tinha deixado de fumar em 2000 e a única bebida alcoólica que consumia era o vinho, socialmente.
Em 2013, aos 86 anos, manifestou a sua intenção de se casar novamente, com uma senhora cinquenta anos mais nova, a sua secretária Gina González, declarou não se importar com a eventual oposição dos filhos, e que desejava que o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, fosse o padrinho da cerimónia. Um tribunal deliberou que os filhos ficariam responsáveis pela gestão do património, desde esse dia a noiva nunca mais apareceu.
Di Stéfano com Gina González |
Di Stéfano |
Mary Sweet
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