Idade Moderna
Havia data para namoriscar as raparigas
solteiras. Nas noites de 30 de abril, árvores parecidas com pinheiros, chamada
maio, eram plantadas diante das casas das raparigas. As plantas tinham
significado: as plantas espinhosas eram dedicadas às raparigas orgulhosas e o
sabugueiro, que tem um mau cheiro, era uma forma de namoriscar as pobrezinhas.
Começaram a ser mais comuns os casamentos por amor. A troca
de cartas tornou-se comum, muitas delas com códigos secretos e ininteligíveis.
De 1545 a 1563, o Concílio de Trento tornou a Igreja a
responsável pelo casamento, visto que antes apenas era civis e aconteciam em
casa. A partir da aí passaram acontecer diante de um membro da Igreja.
No Século XVI, o pintor italiano Giulio Romano pintou uma
série de dezasseis desenhos para um livro de sonetos obscenos de Pietro
Arentino, retratando várias posições sexuais. A série acabou confiscada pela
igreja em 1524.
[Pietro Arentino]
[Giulio Romano]
As pinturas de Giulio Romano são comparadas ao Kama Sutra, que
foi escrito provavelmente entre os Séculos III e IV, mas só foi popularizado no
Ocidente a partir de 1883, quando ganhou uma tradução em inglês. O livro contém
a descrição de 529 posições sexuais. Há desde posições complexas, como o Ato
das Cabras, em que envolve vários homens e uma mulher, a situações mais
“simples”, como abraços.
[Uma das pinturas de Giulio Romano]
Mesmo com a pena de morte por enforcamento, os homossexuais
não deixavam de sair do armário. No século XVIII começaram a surgir vários
bordéis masculinos na Inglaterra, funcionando clandestinamente.
As prostitutas eram chamadas de cortesãs e os seus quartos
eram cheios de pentes, caixas de pó e frascos de perfume. Havia dois tipos de
cortesãs, algumas atendiam em casa, normalmente, após a morte do chefe de
família, quando ficavam sem dinheiro para o sustento, e tinham uma agente, a
alcoviteira, que procurava clientes nas ruas. Haviam ainda as que trabalhavam
em bordéis, onde os preços eram indicados pelo estado.
Rousseau e Voltaire foram dois intelectuais, os quais também
escreviam pornografia. Na Era Moderna, tornaram-se comuns livros de contos
eróticos. Voltaire escreveu o livro Candide, que tem alguns textos eróticos,
Diderot fala de sexo em Les Bijoux Indiscrets e Montesquieu também fala no
assunto em Le Temple de Cnide.
[Candide de Voltaire]
As leis da Idade Moderna humilhavam mais do que puniam. O
adultério, por exemplo, na França, era punido através de um desfile dos maridos
traídos e das mulheres traidoras. Os homens eram obrigados a montar um burro e
passear pela cidade usando chifres, e as mulheres adúlteras também tinham que
montar um burro, besuntadas de mel e cobertas de penas, com um cesto na cabeça.
Como os conhecimentos sobre o sexo evoluíram na Idade
Moderna:
- 1495: soldados franceses em Nápoles dão sinais de tumores
genitais. É o início da sífilis na Europa.
- 1550: por volta dessa data, o médico italiano Gabriel
Fallopius descreveu os órgãos reprodutivos femininos, e um deles ganhou o seu
nome: as trompas de Falópio.
[Gabriel Fallopius]
- 1554: o médico alemão Johannes Lange descreve uma doença
bizzara: a clorose, que atacava quem NÃO fizesse sexo. Entre os sintomas,
apatia e palidez. O tratamento: sexo.
- 1677: o holandês Antoine van Leeuwenhoek descobre o
espermatozóide.
[Estudos de Antoine van Leeuwenhoek]
Mary Sweet
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