quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Aspirantes a Doutoras

Aborto

O Aborto sempre foi tema envolto de grande controvérsia e bastante polémico, devido às suas consequências morais, psicológicas, sociais e até religiosas, pois é uma interrupção da vida.
No entanto, o aborto não é apenas de agora, já no passado se faziam:
A palavra "Aborto" deriva da palavra latina abortacus, que por sua vez deriva de aboriri (parecer), e oriri (nascer).
Nos tempos antigos, as mulheres que se encontravam grávidas, mas não desejavam ou então que não podiam levar a gravidez até ao fim, optavam pelo aborto.
Entre 2737 e 2696 a.C., o Imperador Chinês Shen Nung, cita num texto médico, a receita de um abortivo oral, provavelmente o medicamento continha mercúrio.
                   [Imperador Chinês Shen Nung]

Em muitas culturas, preferia-se praticar o infanticídio, ou seja, a morte da criança após o nascimento, pois consideravam o aborto perigoso.
Na Grécia Antiga e na Roma Antiga, o feto era considerado parte do corpo da mulher, por sua vez, parte da propriedade do homem. O que levava, a que o aborto só podia ocorrer com a autorização do marido.
Na Grécia Antiga, o aborto era defendido por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter as populações das cidades gregas, estáveis. Platão defendia que os abortos deveriam ser obrigatórios para mulheres com mais de 40 anos, como forma de manter a pureza da raça de guerreiros gregos.
                                                                 [Aristóteles e Platão]

No Século XVI, os portugueses chegaram ao Japão, ficando impressionados com a facilidade e frequência com que as japonesas matavam os seus filhos recém-nascidos.
Em certos lugares, adotava-se métodos de aborto que causavam risco de morte à própria mãe. Dentre destes métodos estavam as pancadas no abdómen e cavalgar durante muitas horas.
Nos primórdios do cristianismo, achava-se que o feto recebia a alma após 60 dias da sua gestação. Assim, nesse intervalo o aborto não era considerado pecado. Esta ideia permaneceu até 1588.
A Igreja declarou todos os abortos como assassinatos, com o Papa Pio IV, em 1869.
                                                  [Papa Pio IV]

A frase "a vida humana começa no momento da conceção" não foi criada pelo Vaticano, mas surgiu de uma campanha iniciada por médicos no Século XIX.
Nos Séculos XVIII e XIX vários segmentos sociais, como médicos, o clero e reformadores sociais, conseguiram aprovar leis que proibiam totalmente a prática do aborto.
Durante o Século XX o aborto induzido tornou-se legal em muitos países do Ocidente. porém, com a oposição sistemática de grupos pró-vida, seja por via de ações legais, seja por protestos e manifestações públicas.
O primeiro Estado do mundo a liberalizar o aborto foi a União Soviética, em 1920, logo após a tomado do poder pelos bolcheviques. O segundo Estado foi a Alemanha, na época de Hitler.
Na década de 60, em muitos países, as mulheres passaram a organizar-se em grupos feministas que começaram a exercer uma pressão no sentido de permitir a decisão à mulher de continuar ou não uma gravidez.
Em Portugal, o aborto voluntário foi legalizado por referendo realizado em 2007 e é permitido até à décima semana de gravidez se assim quiser a mulher, independentemente dos motivos. É permitida também até às dezasseis semanas em caso de violação ou crime sexual, não sendo necessário queixa policial. Até às vinte e quatro semanas em caso de malformação do feto. E em qualquer momento se a grávida correr risco, sendo de morte ou de outro problema grave e irreversível, ou no caso de fetos inviáveis.
O aborto sem o consentimento da grávida, praticado por terceiros, é punível com  dois anos de prisão, aumentando em caso de "morte ou ofensa à integridade física grave da mulher grávida", ou no caso da prática ser habitual. Sendo que se praticar o aborto de forma ilegal é punível com uma pena até de três anos de prisão. Em Portugal, o aborto atualmente é isento de taxas moderadoras.

Mary Sweet

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