As Mulheres e o Islamismo
As mulheres islâmicas são guiadas pelas leis primárias islâmicas, nomeadamente o Alcorão e o Hadith, assim como pelas demais leis secundárias. Em determinadas regiões, além das orientações religiosas, as tradições culturais desempenham um papel fundamental para as mulheres islâmicas.
As leis e a cultura islâmica possuem grande impacto nos mais varados aspetos da vida de uma mulher islâmica, tais como a sua educação, oportunidade de emprego, herança, casamento e justiça, entre outros.
A poligamia é permitida aos homens praticantes do Islamismo, não sendo difundido em todos os segmentos da religião, em alguns países islâmicos, como o Irão, o homem pode contrair matrimónio temporário. Sobretudo, o Islão proíbe as mulheres de se casarem com um homem não-muçulmano.
Educação e Emprego
Em 2013, a Organização para a Cooperação Islâmica concluiu que muitas nações islâmicas restringem o acesso feminino à educação.
Em dados da UNICEF, 17 das 24 nações com nível de escolaridade primária abaixo de 60% são nações islâmicas, mais de metade da população adulta é analfabeta em muitos países islâmicos, e a proporção atinge a casa dos 70% quando referente às mulheres.
Um estudo do Fórum Económico Mundial de 2012 alega que 17 nações islâmicas estão na lista das piores do mundo em políticas sociais entre elas: Argélia, Jordânia, Líbano, Turquia, Egito, Omã, Arábia Saudita, Irão e Marrocos.
Vida Religiosa
Na visão do Islão, não há diferenciação entre as relações de um homem e de uma mulher para com Deus, ambos os sexos recebem iguais graças ou punições pela sua conduta.
De acordo com um dito, atribuído a Maomé, mulheres são recebidas nas mesquitas. Contudo, como o próprio Islão apregoava a presença de mulheres nas mesquitas seria dispensável por causa da impureza causada pelo contacto entre os sexos - condição permaneceu até 1960.
Desde então, as mulheres têm-se envolvido gradualmente nas atividades da mesquita, sendo qeu homens e mulheres realizam os seus cultos em espaços separados. A separação por sexo varia desde a posição de ambos os "grupos" no mesmo espaço da mesquita - homens ficam à frente das mulheres - até à separação dos sexos por andar.
O direito das mulheres se tornarem Imãs, é discutido por muitos. Um dos papéis fundamentais de um Imã numa mesquita é liderar o salat (as preces) e, geralmente, às mulheres é vetado liderar as preces em grupo. Contudo, alguns contestam com a crença de que Maomé permitia Umm Warqa, que acompanhava-o, a liderar as orações na mesquita de Dar.
As mulheres Hui têm auto-conhecimento da sua liberdade relativa como cidadãs chinesas em contraste com as condições políticas das mulheres islâmicas nos demais países como a Arábia Saudita, onde as mulheres passam por muitas restrições sociais.
O Contacto
Nas sociedades árabes mais conservadoras, as mulheres e a sua honra são cuidadosamente guardadas pelos membros homens da sua família. Os costumes resultantes, alguns dos quais são leis nas sociedades mais conservadoras, podem variar entre uma mulher não ser permitida em estar em público sem um membro da família ou marido, até a restrições mais leves que desencorajam fortemente o contacto entre uma mulher e um homem.
O Casamento
A maioria dos muçulmanos acredita que o Alcorão define os papéis de género específicos para homens e mulheres. As mulheres devem primeiro ser esposas e mães, preenchendo esses papéis com alegria, com o melhor da sua capacidade.
Embora o Alcorão permita a poligamia, ela não deve ser praticada se o marido não poder tratar cada uma das suas esposas da mesma forma. Além disso, as mulheres estão autorizadas a recusar futuros maridos e têm direitos particulares num divórcio. As mulheres também estão autorizadas a possuir e herdar propriedades.
O Vestuário
Segundo o Islão as mulheres devem-se vestir com modéstia e não deixar à mostra as extremidades para nenhum homem além do seu marido, pai ou familiar mais próximo e crianças pequenas.
O Alcorão não é específico quanto ao estilo das roupas e acessórios usados pelas mulheres. O vestuário têm sido modificado ao longo dos séculos e difere de acordo com a região islâmica.
Em alguns países islâmicos, o uso do hijab é estipulado tanto aos homens como às mulheres.
Em muitos outros países islâmicos, como o Irão e a Arábia Saudita, todas as mulheres devem cobrir a cabeça em público, embora o tipo de vestuário usado para tal fim possa variar de acordo com o país. Os mais comuns tipos de vestuários religiosos do Islão são a burca e o khimar.
Os véus, no entanto, não são citados pelo Alcorão, sendo uma opção particular de cada mulher islâmica.
Ao longo da história as sociedades islâmicas utilizaram a vestimenta como distinção da condição social, ocupação, pureza, crença, sexo e identidade regional. Sob a lei Otomana, por exemplo, a veste das mulheres divergia quanto à região, sendo que cada uma permitia determinadas formas de vestir ou até mesmo a cor dos trajes.
Na era moderna, a vestimenta para as mulheres muçulmanas varia de região para região e de restrição religiosa à questão de gosto pessoal.
Os costumes islâmicos quanto ao vestuário costumam causar controvérsias nos países não-islâmicos. Muitos críticos colocam como forma de opressão às mulheres ou até mesmo ameaça à segurança dos demais povos, sendo que alguns países do Ocidente proíbem as mulheres de usar os trajes tradicionais do Islão.
As mulheres não-islâmicas são obrigadas a seguir as regras quando estão em território islâmico enquanto as islâmicas não necessitam seguir os costumes dos países que visitam, sendo este um forte ponto de controvérsia sobre os limites do respeito à conduta religiosa.
A tentativa frequente dos países do Ocidente em proibir o uso da burca no seu território é visto por muitos como um sinal claro de preconceito.
E a política?
Muitos estudiosos clássicos do Islão, como Al-Tabari, apoiaram a liderança de mulheres. Nos primórdios da história do Islão, mulheres desempenhavam um papel nos assuntos políticos. Contudo, este conceito não foi aplicado em todas as civilizações islâmicas.
Uma imagem fortemente construída no Ocidente, ainda hoje, é de que as mulheres não possuem ou possuem reduzidos direitos políticos nos países muçulmanos.
Em 1988, o Paquistão tornou-se o primeiros Estado de maioria islâmica a possuir uma primeira-ministra. Nas décadas posteriores, um grande número de países de maioria islâmica (como Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Turquia e Quiguistão) foram ou têm sido governados por mulheres.
Em 2002, aproximadamente um terço do Parlamento do Egito era constituído por mulheres.
Leis a que as mulheres estão sujeitas na maioria dos países islâmicos - nomeadamente nos mais extremistas
- É proibido trabalharem fora de casa;
- É proibido as mulheres saírem à rua sem estarem acompanhadas pelo pai, marido ou irmão;
- É proibido qualquer tipo de maquilhagem - foram cortados os dedos a muitas mulheres por pintarem as unhas;
- É proibido falar ou apertar as mãos a estranhos;
- É proibido o uso de roupas que sejam coloridas, ou seja, "que tenham cores sexualmente atraentes";
- Os transportes públicos são divididos em dois tipos, para homens e mulheres, pois os dois não podem viajar no mesmo;
- Estão proibidas de usar calças mesmo debaixo do véu;
- O testemunho de uma mulher vale metade do testemunho masculino;
Curiosidades:
A estilista libanesa Aheba Zalvetti criou o "burquini", isto é, uma mistura de burca com biquini, mas mais reservado pois cobre toda a mulher com exceção do rosto, mãos e pés. Esta criação deu a oportunidade às mulheres de praticarem desportos e poderem ir à praia sem desrespeitarem a sua cultura.
Apenas no Mundial de Jogos para Mulheres Muçulmanas é que elas podem usar a roupa que quiserem, pois é um evento apenas para mulheres.
Mary
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