sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pelos Caminhos de Portugal

Como há imensos sítios a visitar na Capital, hoje ainda nos mantemos por Lisboa...

Palácio Nacional de Belém

O Palácio Nacional de Santa Maria de Belém, em Lisboa, fica situado no nº11 da Calçada da Ajuda em Santa Maria de Belém, sendo atualmente a residência oficial do Presidente da República Portuguesa.
Palácio Nacional de Belém

Foi construído em 1559 pelo fidalgo D. Manuel de Portugal. Situa-se na zona sudoeste da cidade de Lisboa, em Belém. O palácio tinha jardins à beira do Tejo, quando o rio tinha a margem mais próxima do que atualmente.

No século XVIII, D. João V que enriquecera com o ouro vindo do Brasil, comprou-o ao conde de Aveiras, tendo-o alterado radicalmente. Acrescentou-lhe uma escola de equitação, as cavalariças são hoje o Museu Nacional dos Coches e adaptou o interior para poder fazer as suas conquistas amorosas com discrição.
D. João V de Portugal

Na altura do Terramoto de 1755, o monarca D. José I e a família encontravam-se a passar o dia, que era feriado, na zona de Belém e sobreviveram à devastação. Preocupados que houvesse outro sismo, a família real instalou-se em tendas nos terrenos do palácio, cujo interior foi usado como hospital.
D. José I de Portugal

O Palácio entrou assim no património da Casa Real, que construiu nos seus anexos o seu Picadeiro Régio.

Durante o reinado de D. Maria II, ela habitou alguns anos no Palácio de Belém, durante as obras do Palácio das Necessidades, aqui ocorrendo uma tentativa de golpe a que se chamou a Belenzada.
D. Maria II de Portugal

A partir do reinado de D. Luís I, o Palácio de Belém foi destinado a receber os convidados oficiais que visitavam Lisboa. Assim, aqui estiveram, entre outros, a Rainha Isabel II de Espanha e o seu sucessor, o efémero Rei Amadeu de Sabóia.
D. Luís I de Portugal
Rainha Isabel II de Espanha
Rei Amadeu de Sabóia

A 22 de maio de 1886 foi dada nova missão a este Palácio, a de residência oficial dos Príncipes Reais D. Carlos, Duque de Bragança e à sua jovem esposa D. Amélia de Orleães. Aqui nasceram os seus filhos, D. Luís Filipe e D. Manuel II, que foram batizados na capela palatina.
D. Carlos I de Portugal
Rainha Amélia de Portugal
Príncipe D. Luís Filipe de Portugal
D. Manuel II de Portugal

Após a subida ao trono de D. Carlos, em 1889, não tendo Belém as dimensões de residência oficial da coroa, D. Carlos e D. Amélia mudaram-se para o Palácio das Necessidades, voltando Belém à sua condição de residência dos convidados estrangeiros como, entre outros, de Afonso XIII de Espanha, Guilherme II da Alemanha e o Presidente francês Émile Loubet.
D. Afonso XIII de Espanha
D. Guilherme II da Alemanha
Presidente francês Émile Loubet

Em 1905, por iniciativa do espírito culto da Rainha D. Amélia, o elegante Picadeiro Real foi transformado em Museu dos Coches Reais, preservando-se assim a valiosa coleção de coches e viaturas da Casa Real.
Sala do Museu dos Coches

Ainda sobre o poder da Monarquia, o Palácio de Belém albergou o Presidente eleito da República Brasileira, Marechal Hermes da Fonseca, a 2 de outubro de 1910. Foi neste Palácio, durante a receção ao presidente do Brasil, que o Rei D. Manuel II teve conhecimento da revolução que dias depois lhe roubou a coroa.
Marechal Hermes da Fonseca

Em 1912, já depois da proclamação da república, o Palácio de Belém foi designado residência oficial do Presidente da República. Os presidentes da I República tinham porém que pagar renda ao Estado para residirem no Palácio, para não serem acusados de usufruírem de privilégios atribuídos ao anterior regime.
Palácio Nacional de Belém

No Palácio de Belém foi velado o corpo do Presidente Sidónio Pais, em 1918 e daqui saiu Bernardino Machado, após ter renunciado ao cargo de Presidente da República, em 1926.
Presidente Sidónio Pais
Presidente Bernardino Machado

Durante o Estado Novo o Palácio de Belém não foi palco de relevantes acontecimentos políticos, devido ao reduzido papel atribuído ao Presidente da República pela Constituição de 1933. Neste período, apenas o Presidente Craveiro Lopes, habitou permanentemente o Palácio, entre 1951 e 1958. O Presidente Américo Tomás, de 1958 a 1974, raramente ia a Belém, exceptuando-se algumas receções oficiais. Devido a este reduzido papel político na Ditadura, Belém não foi alvo dos revolucionários no 25 de Abril de 1974.
Presidente Craveiro Lopes
Presidente Américo Tomás

Só após o 25 de Abril de 1974, o Palácio de Belém recuperou o seu papel de relevo, nele instalou-se a Junta de Salvação Nacional. Aqui viveram os momentos conturbados de 1974 e do Verão Quente de 1975 os Presidentes Spínola e Costa Gomes. Com a vigência da atual constituição de 1976, o Palácio regressou à sua condição de residência oficial do Chefe de Estado.
Presidente Spínola
Presidente Costa Gomes

Desde então, apenas o Presidente Ramalho Eanes habitou permanentemente o Palácio. Os Presidentes Soares e Sampaio utilizaram Belém apenas para trabalhar, igualmente fez o Presidente Cavaco Silva, quando declarou que Belém seria a sua residência de trabalho, no dia da sua posse.
Presidente Ramalho Eanes
Mário Soares, ex- Presidente da República
Mário Sampaio, ex- Presidente da República

Presidente Cavaco Silva, atual chefe de Estado

Hoje, o elegante edifício em tom rosa é a residência oficial do Presidente da República Portuguesa. Nessa qualidade é visita obrigatória para os chefes de Estado e delegações estrangeiras que visitam os presidentes.

A 29 de março de 2007 foi classificado como Património.

Mary Sweet 

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