quarta-feira, 16 de abril de 2014

Aspirantes a Doutoras

Homens e a Gravidez

Quando os homens se deparam com a gravidez da companheira de certo que acontece alterações também nos homens, mesmo que não sejam tão evidentes como o crescimento da barriga, eles também ficam "grávidos" e tem as suas dúvidas e os seus receios.

Com este post pretendo mostrar algumas destas dúvidas e como os homens devem interagir com a companheira, de modo a ajuda-la e a participar na gravidez.

Vamos dividir os sintomas por trimestres:

  • No primeiro trimestre - Acontece um choque ou surpresa ao receber a notícia assim como na mulher, ter a sensação ou já a noção de formar uma família e ainda o desafio de se adaptar às mudanças de humor da sua companheira.
  • No segundo trimestre - Preocupação financeira e dúvidas em relação à capacidade de cuidar da família, acontece uma necessidade urgente de planear o futuro do filho. Os homens também podem evidenciar ciúmes perante a atenção que a grávida recebe. E ainda há a preocupação de como ficará a companheira e a sua vida sexual, durante e após a gravidez.
  • No terceiro trimestre - Preocupação com o estado de saúde da grávida e do bebé. Mostra interesse pelos detalhes do parto. Começam a planear tudo, como o caminho mais rápido para a maternidade, a preparação com o plano de saúde e o parto. E ainda fica com o sentimento de sentir-se um herói com o filho nos braços.

Os homens devem estar dentro da gravidez desde o início, pois eles também vão sofrer alterações com todo o processo. Por isso o homem deve estar presente no momento de saber se o resultado é positivo ou não.

O homem deve estar relaxado para que tudo corra por melhor, e que não haja alarmismos extra, e assim também com a sua calma acaba por tranquilizar a grávida.

Não se deve esconder as emoções, tanto o homem como a mulher, tudo se torna mais fácil quando se sabe o que o outro está a sentir e é natural que tanto o homem como a mulher tenham receios e preocupações.

O homem deve elogiar a mulher, porque uma mulher fica linda com uma barriga enorme. Deve reparar no brilho no olhar, os cabelos, a pele. Fará bem à auto-estima de ambos.

A maternidade não deve prejudicar o casamento, pois muitas grávidas deixam o papel de esposa de lado, dedicando-se totalmente à maternidade, o que pode levar a que o homem tenha ciúmes. Porque não planear momentos a dois como ver um simples filme a dois com um balde de pipocas ou gelado?

O casal deve aproveitar ao máximo antes da chegada do bebé, pois mesmo que o casal seja muito unido nos primeiros meses do bebé, as atenções vão voltar-se muito para o bebé, por isso aproveite estes momentos antes do nascimento para sair com a sua companheira, para irem ao cinema e fazerem programas ao ar livre. Estes tipos de coisas fazem com que a relação entre o casal melhor e se torne forte para receber um novo elemento na família.

O envolvimento do homem não se deve limitar só dentro de casa. Ele deve participar ativamente na escolha do enxoval do bebé, dos móveis e até à decoração do quarto. Mesmo que não tenha tempo o homem deve se esforçar ao máximo para acompanhar a grávida às consultas médicas, exames e até para participar em aulas de preparação para o parto.

Se a sua companheira é a única responsável pelas tarefas domésticas, está na hora de isto mudar. Com a chegada do bebé, as atenções da mulher estarão mais voltadas para o recém-nascido do que para casa. Fazer compras, organizar as idas da empregada e até colocar a mão na massa para limpar e arrumar tudo, esta nova tarefa irá deixar a sua mulher muito contente e vai integra-lo melhor na vida de casa.

Falar com o bebé ainda na gravidez é muito importante, pois após o nascimento a criança e durante a gravidez é capaz de reconhecê-la e de reagir. Assim, se por alguma razão a mãe fica impedida de estar com o bebé, o pai deve assumir e estabelecer contacto com ele para que não perca as suas referências intra-uterinas, podendo sentir-se novamente em segurança.

Alguns homens excluem-se da relação, como se não pudessem ou devessem ter acesso à gravidez. Culturalmente, ainda se lhes encontra enraizado que a demonstração de ternura e os cuidados para com um bebé vão contra o conceito de masculinidade.

Outros homens sentem-se incompreendidos e desamparados com as suas angústias e ansiedades, pois também se encontram cheios de dúvidas e com o medo do futuro e, sem ninguém para ouvi-los, uma vez que o ambiente mais próximo está voltado para a grávida, assim saem em busca de amigos, ficando cada vez mais afastados do ambiente doméstico e acabam por sofrer sozinhos.

Muitos homens decepcionam-se com a parceira e vice-versa, por não corresponderem ao ideal de pais que construíram, o que pode gerar novos conflitos ou romper um equilíbrio que já era frágil. Isto melhora-se através de muita compreensão e de ajudas mútuas para solucionar as dificuldades que porventura surjam.

As relações sexuais, também deixam o homem preocupado, com a angústia de poderem magoar a mulher, o que acaba por causar insegurança na parceira que se sente rejeitada. Outros, ainda, pela sua história pessoal, modelos parentais ou culturais, vêem as suas parceiras apenas com uma imagem materna, o que torna as relações sexuais inviáveis. Para outros, a companheira fica ainda mais sedutora, pois foi quem fez o seu filho, prova viva da sua virilidade.

A presença ou não do homem na sala de parto, é outra questão que surge e depende do desejo e disponibilidade do futuro pai. Há homens que não se sentem à vontade para assisti ao parto, pois além de evidenciarem a angústia do parto, teriam de suportar a culpa e responsabilidade, que muitas vezes surgem, ao se depararem com o que a parceira está a viver fisicamente. Outros assumem a tarefa sem dificuldade, funcionando como um suporte emocional da mulher e de acolhimento ao bebé.

O direito de estar na sala de parto, não deve transformar-se em obrigação. Deve ser negociado entre o casal e decidido de comum acordo, o que for melhor para cada um, e para ambos.


Mary Sweet

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