Catástrofes Naturais
Tendo em conta, os últimos dias (ou semanas) em Portugal, especialmente ao litoral de Portugal, decidi fazer um post sobre as maiores catástrofes naturais ocorridas ao longo da História, no mundo. Vou começar por enumerar os vários tipos e depois darei exemplos dos mesmos, e curiosidades.
Sismo
É um fenómeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra, resultante de movimentos de placas tectónicas, de atividade vulcânica ou por deslocamentos de gases no interior da Terra. O movimento é causado pela libertação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.
Quando ocorrem em zonas habitadas têm efeitos catastróficos, são conhecidos também por terramotos. Para pequenos sismos usa-se o termo abalo sísmico ou tremor de terra.
Portugal tem sido afetado por vários sismos de magnitude moderada a forte, que muitas vezes resultaram em danos significativos em várias cidades do país.
- Em janeiro de 1531, aconteceu um terramoto em Lisboa que matou 30 000 pessoas, cerca de 20% da população da altura na cidade.
- 1 de novembro de 1755, terramoto seguido de maremoto foi sentido ao longo do país, agravando-se na região do Algarve. Pensa-se que tenha tido magnitude de 9,0.
Ilustração ao terramoto de 1755 em Lisboa |
- Mais recente, a 17 de dezembro de 2009, com epicentro a 100 km da ponta de Sagres, com magnitude 6.0.
- O Arquipélago dos Açores também é bastante afetado por sismos, principalmente os grupos Central e Oriental, e por vezes esta atividade está associada à atividade vulcânica.
Erupções
Há que fazer referência antes ao vulcão, que é uma estrutura geológica criada quando o magma, gases e partículas quente sobem à superfície. Estas lançam grandes quantidades de poeira, gases e aerossóis na atmosfera, interferindo assim com o clima.
A erupção de um vulcão pode resultar num grave desastre natural, por vezes com consequências a nível mundial.
Devastação após uma erupção |
A ciência ainda não é capaz de prever com certeza absoluta quando um vulcão irá entrar em erupção.
Não existe um consenso entre os vulcanologistas em definir o que é um vulcão ativo. O tempo de vida de um vulcão pode ir de alguns meses até alguns milhões de anos.
Alguns cientistas consideram ativos os que estão em erupção ou mostram sinais de instabilidade, nomeadamente a ocorrência pouco usual de pequenos sismos ou novas emissões gasosas significativas.
Outros consideram ativos os que tiveram erupções históricas, sendo que o tempo histórico varia de região para região.
Vulcões dormente ou adormecidos são considerados aqueles que não se encontram atualmente em atividade, mas que poderão mostrar sinais de perturbação e entrar novamente em erupção.
Vulcões extintos são aqueles que se consideram pouco prováveis de entrarem em erupção, mas não é fácil afirmar que um vulcão está extinto. As caldeiras têm tempo de vida que pode chegar aos milhões de anos, logo é difícil determinar se um irá voltar ou não a entrar em erupção.
- A Caldeira de Yellowstone, nos Estados Unidos, tem pelo menos 2 milhões de anos e não entrou em erupção nos últimos 640 000 anos, apesar de ter havido alguma atividade há cerca de 70 000 anos. Por esta razão, os cientistas não consideram um vulcão extinto, é considerado até bastante ativo devido à atividade sísmica, geotérmica e à elevada velocidade do levantamento do solo na zona.
Caldeiras no Parque de Yellowstone |
- Tamu Massif é um vulcão submarino, localizado no Oceano Pacífico, a leste do Japão, com uma área aproximada de 310 mil km quadrados e uma largura de 650 km, é o maior vulcão terrestre descoberto até ao momento.
- Entre os mais ativos de Portugal, encontram-se o Vulcão da Serreta, situado numa zona de fundos marítimos situados a oeste da costa da Ilha Terceira nos Açores. O Vulcão da Urzelina, na Ilha de São Jorge, nos Açores, foi responsável pela erupção vulcânica que destruiu a freguesia da Urzelina. A Montanha do Pico é um estratovulcão, ou seja, um vulcão em forma de cone, que ganha esta forma ao longo das suas erupções, este vulcão com 2351 m de altura, constitui a mais alta montanha de Portugal, situa-se na Ilha do Pico nos Açores. E o Vulcão das Furnas teve uma grande erupção iniciada a 3 de setembro de 1630, foi a maior das erupções registadas após a colonização dos Açores, causando centenas de mortos, terminou a 2 de novembro de 1630, 61 dias depois, esta erupção ficou conhecida como Erupção do Cinzeiro, Ano do Cinzeiro ou simplesmente Cinzeiro, encontra-se na Ilha de São Miguel nos Açores.
Montanha do Pico, nos Açores |
Inundação
Pode ser resultado de uma chuva intensa que não foi suficientemente absorvida pelo solo ou por outras formas de escoamento, cansando o aumento da água. Também pode acontecer devido a mão humana, através da construção de barragens e pela abertura ou rompimento das comportas da mesma.
- Ao longo destes dias temos visto noticias tanto pela televisão como por jornais e Internet, que tem havido inundações em diversas localidades ao longo de Portugal. Tanto devido às intensas chuvas como à subida do nível de águas quer dos rios quer do mar.
- Em 2010, na Ilha da Madeira, uma sequência de acontecimentos iniciados pela forte precipitação durante a madrugada do dia 20 de fevereiro, seguida por uma subida do nível do mar, levou a um temporal. A parte baixa da cidade do Funchal foi inundada e a circulação viária foi impedida por pedras e troncos. A capela da Nossa Senhora da Conceição, na freguesia do Monte, foi levada pela força das águas, também as residências ali perto foram arrastadas igualmente.
Foram confirmados cerca de 47 mortos, 600 desalojados e 250 feridos. A quantidade de água que caiu no dia 20 de fevereiro de 2010 na Madeira, foi o valor mais alto jamais registado em Portugal.
O elevado número de vitimas transformou este evento na pior catástrofe da história da Madeira em mais de dois séculos.
Inundações na Ilha da Madeira em 2010 |
Incêndio
É a ocorrência de fogo não controlado, que pode ser extremamente perigosa para os seres vivos e para as estruturas. A exposição a um incêndio pode provocar morte, geralmente por inalação de gases, ou pelo desmaio causado pelos mesmos, ou posteriormente pelas queimaduras graves.
Os incêndios em edifícios podem começar através de falhas na instalação elétrica, na cozinha, com velas, ou pontas de cigarro. O fogo pode propagar-se rapidamente para outras estruturas.
Também há incêndios florestais, qualquer fogo fora de controlo que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo ser tanto provocado pelo homem, seja de propósito ou negligência, ou por causa natural, como raios.
- No último verão (2013) e nos anos anteriores, Portugal tem sido palco para diversos fogos florestais, na sua grande maioria (para não dizer totalidade) por mão criminosa.
Muitos são os Bombeiros que ficam feridos e perdem a vida em incêndios |
Incêndio florestal |
- Entre outros famosos fogos (não florestais) estão:
- O grande incêndio de Roma, teve início na noite de 18 de julho, no ano 64 d.C., afetando 10 das 14 zonas da antiga cidade de Roma, três das quais foram completamente destruídas. O fogo alastrou-se rapidamente pelas áreas mais densamente povoadas da cidade, com as suas ruelas sinuosas. A maioria dos romanos, viviam em edifícios de estrutura feita de madeira, o que os tornava altamente inflamáveis. O incêndio durou seis dias seguidos até que pudesse ser controlado. Mas por pouco tempo, já que houve focos de reacendimento que fizeram o incêndio durar mais três dias.
Incêndio em Roma, 64 d.C. |
- O grande incêndio de Londres, foi uma das maiores catástrofes da capital inglesa, tendo destruído as partes centrais da cidade a 2 de setembro a 5 de setembro de 1666. Destruiu 13 200 casas, 87 igrejas, a Catedral de St. Paul e 44 prédios públicos. Segundo registos da época ocorreram nove mortos e 100 mil desabrigados. Mas segundo pesquisas atuais acredita-se que o número de óbitos tenha-se agravado, pois as pessoas mais pobres e da classe média não eram registadas na altura.
O fogo começou na padaria de Thomas Farriner em Pudding Lane e propagou-se rapidamente, devido à estrutura medieval da cidade, as ruas estreitas e as casas de madeira muito próximas umas das outras.
Incêndio em Londres a 1666 |
- Em Portugal, ocorreu um incêndio, particularmente ainda recordado por muitas pessoas, que assistiram tanto fisicamente como através de notícias que saíram na época. O incêndio do Chiado, deflagrou a 25 de agosto de 1988 nos Armazéns Grandella do lado da Rua do Carmo. Os carros de bombeiro não conseguiram entrar na Rua do Carmo.
Além das lojas e escritórios, foram destruídos muitos edifícios do século XVIII.
Depois do incêndio, os bombeiros continuaram no local durante cerca de dois meses, na remoção dos escombros. Durante esse tempo, 58 dias depois do incêndio, depois de removidos todos os escombros, encontraram uma vítima mortal, um eletricista reformado do Arsenal da Marinha com cerca de 70 anos. Outra das vítimas mortais, foi o bombeiro Joaquim Ramos, de 31 anos, que foi vítima de uma "língua de fogo" enquanto combatia o fogo na Rua do Carmo, morreu no inicio de setembro de 1988, com 85% do corpo queimado.
A reconstrução preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
Incêndio do Chiado em Lisboa, em 1988 |
Incêndio do Chiado em Lisboa, em 1988 |
[Continua]
Mary Sweet
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