segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Hoje é Dia de Quê?

Dia do Holocausto

Foi o genocídio de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, através de um progroma sistemático de exterminio étnico patrocinado pelo Estado Nazista liderado por Adolf Hitler aconteceu em todo o Terceiro Reich (Alemanha Nazi) e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra.
Adolf Hitler com a cruz suástica atrás, símbolo maior do espírito Nazi
Antecedentes: Alguns historiadores sustentam que a partir da Idade Média, a sociedade e a cultura alemã tornaram-se repletas de aspetos antissemitas e que havia uma ligação ideológica direta entre os pogroms medievais e os campos de extermínio nazistas.
Hitler escreveu no seu livro Mein Kampf, que tinha a intenção de expulsar os judeus da vida política, intelectual e cultural da Alemanha, mas não escreveu que iria tentar exterminá-los.
Mein Kampf de Adolf Hitler
Antes da guerra, os nazistas consideravam a deportação em massa de judeus alemães, mais tarde todos os judeus da Europa, para fora do continente europeu. A aprovação do Plano Schacht (1938/39) por Hitler e a fuga contínua de judeus dos domínios nazistas durante um longo período, quando então tal plano mostrou-se ineficaz, indicam que a escolha de promover um genocídio sistemático surgiu apenas mais tarde entre os líderes nazistas.

Desde a criação do Terceiro Reich que os campos de concentração se ergueram, inicialmente como locais de detenção. Embora a taxa de mortalidade nos campos de concentração fosse elevada, com uma taxa de mortalidade de 50%, estes não foram criados para ser um centro de aniquilação. Em 1942, seis grandes campos foram inaugurados pelos nazistas na Polónia ocupada, que foram construídos então exclusivamente para extermínios em massa.

Depois de 1939, os campos tornaram-se lugares onde os judeus e prisioneiros de guerra eram mortos ou obrigados a trabalhar como escravos, estavam desnutridos e eram torturados.
Prisioneiros
Pensa-se que terão existido cerca de 15 mil campos e subcampos nos países ocupados, a maioria no leste da Europa. Novos campos foram criados em áreas com grande população de judeus, comunistas, ciganos ou polacos intelligentsia (intelectuais).

O transporte dos presos era muitas vezes realizado em condições horríveis, usando vagões ferroviários de carga, onde muitos morriam antes de chegar ao destino.
Transporte de prisões
A morte através do trabalho era uma política de extermínio sistemático, os presos tinham que, trabalhar até à morte ou trabalhar até à exaustão física, quando seriam levados para as câmaras de gás ou eram fuzilados.
Trabalho forçado em campos de concentração
No momento da admissão, nos campos identificavam os prisioneiros. Diferenciando-os entre os que estavam aptos para o trabalho e os que não estavam.
Chegada de prisioneiros ao campos de concentração e a diferenciação explicita nas filas.
Após a invasão da Polónia, os nazistas estabeleceram guetos em que os judeus e alguns ciganos foram confinados até serem finalmente enviados para campos de extermínio. Cada gueto era administrado por um Judenrat - Conselho Judaico, composto por líderes da comunidade judaica alemã que eram responsáveis pelo dia-a-dia do gueto, como a distribuição de alimentos, água, remédios e abrigo.
Captura de mulheres judaicas do Gueto de Budapeste em outubro de 1944
A Libertação: O primeiro grande campo, Majdanek, foi descoberto pelos soviéticos a 23 de julho de 1944. Chelmno e Auschwitz foram libertados a janeiro de 1945. Buchenwald os americanos  libertaram a 11 de abril, a 15 de abril os britânicos libertaram Bergen-Belsen. Dachau foi libertado a 29 de abril pelos americanos e os soviéticos, no mesmo dia, libertam Ravensbrück. Mauthausen a 4 de maio pelos americanos e Theresienstadt pelos soviéticos a 8 de maio.
Treblinka, Sobibor e Belzec nunca foram libertados, mas foram destruídos pelos nazistas.
Campos de Concentração
Na maioria dos campos descobertos pelos soviéticos, quase todos os presos já tinham sido removidos, deixando apenas alguns milhares de pessoas vivas. Em Auschwitz, foram encontrados 7600 pessoas, incluindo 180 crianças que tinham passado por experiências médicas.
Entrada do Campo de Concentração Auschwitz

Uma das características do genocídio nazista foi o uso extensivo de seres humanos em experiências "médicas", muitas destas experiências foram praticadas nos campos de concentração.
O um dos médicos mais conhecidos foi o Dr. Josef Mengele, que trabalhou no campo de Auschwitz, as suas experiências passavam em testar drogas nos presos, congelá-los e, na tentativa de mudar a cor dos olhos, injetava substâncias químicas nos olhos das crianças, além das várias amputações e outros tipos de cirurgias.
A extensão total do seu trabalho nunca será conhecida, pois os seus registos foram destruídos por Von Verschuer. Os indivíduos que sobrevivessem às experiências eram quase sempre mortas depois. Também se fazia grandes experiências com gémeos. Uma prisioneira judia, Vera Alexander, em Auschwitz que cuidou de 50 pares de gémeos ciganos conta:
"Lembro-me de um par de gémeos em especial. Guido e Ina, com cerca de quatro anos. Um dia, Mengele levou-os. Quando eles voltaram, estavam num estado terrível: eles foram cozidos, nas costas, como gémeos siameses. As suas feridas ficaram infetadas e escorriam pus. Eles gritavam dia e noite. Então, os seus pais - eu lembro-me que Stella era o nome da mãe - conseguiram um pouco de morfina e mataram as crianças, para acabar com o seu sofrimento."
Dr. Josef Mengele
Os prisioneiros foram obrigados a usar triângulos coloridos nas suas vestes, cujas cores correspondiam aos endereços em campos que geralmente atendiam à sua nacionalidade e preferência política etc., essa solução, tinha como objetivo facilitar as equipas de transportes de identificá-los mais rapidamente no retorno diário.
As cores variavam de campo para campo mas as mais frequentes:
   Amarelo - judeus, dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de Davi, com a palavra Jude, os que eram apenas considerados parcialmente judeus, usavam apenas um triângulo amarelo.
   Vermelho - dissidentes políticos, incluindo comunistas.
   Verde - criminoso comum, os de ascendência ariana recebiam frequentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre os outros prisioneiros.
   Roxo - normalmente aplicado às Testemunhas de Jeová, que por objeção de consciência negavam-se a participar nos exercícios militares da Alemanha nazista e a renegar a sua fé ao assinar uma declaração.
   Azul - imigrantes.
   Castanho - ciganos roma e sinti.
   Preto - lésbicas e anti-sociais (ex.:alcoólicos).
   Rosa - homossexuais.

O Aktion T4 foi um programa criado em 1939 para manter a "pureza" genética da população alemã através do extermínio ou da esterilização de cidadãos alemães e austríacos que eram classificados deficientes físicos ou mentais.
Entre 1939 e 1941, de 80 a 100 mil adultos, cinco mil crianças e mil judeus em instituições médicas foram mortos. Fora das instituições de saúde mental, os valores são estimados em 20 mil ou 400 mil. Outros 300 mil foram esterilizadas à força. Muitos foram colocadas em exposição em gaiolas e sofreram experimentos médicos feitos pelos nazistas.
Pacientes no Hospital Psiquiátrico de Schönbrunn, em 1934. Foto de Franz Bauer, da SS

Entre 5 a 15 mil homossexuais alemães foram enviados para campos de concentração. Em 1936, Himmler criou o Escritório Central do Reich para o Combate à Homossexualidade e ao Aborto. A homossexualidade foi declarada contrária ao "sentimento popular saudável" e, consequentemente, os homossexuais foram consideradas como "profanadores do sangue alemão". A Gestapo (polícia política) invadiu bares gays, listas de assinaturas de revistas gays foram utilizadas para perseguir homossexuais e a população era estimulada a denunciar suspeitas de comportamento homossexual e a examinar o comportamento dos seus vizinhos.
Nos campos de concentração foram humilhados, torturados, usados em experiências hormonais realizados por médicos da SS e então mortos. Cerca de dois por cento dos homossexuais alemães foram perseguidos pelos nazistas.
Prisioneiros homossexuais identificados com o triângulo rosa
O número de vitimas - nas definições mais amplas incluem cerca de dois a três milhões prisioneiros de guerra soviéticos, dois milhões de polacos, cerca de 1,5 milhão de ciganos, 200 mil deficientes, dissidentes políticos e religiosos, 15  mil homossexuais e cinco mil Testemunhas de Jeová, elevando o número para cerca de 11 milhões de pessoas.
Soldados americanos observam os corpos das vitimas
As consequências do Holocausto judeu tiveram um efeito profundo sobre a sociedade, mundialmente. O seu impacto pode ser sentido em discussões teológicas, atividades artísticas e culturais e decisões políticas. O destino dos sobreviventes do Holocausto também se tornou uma questão importante.
O Holocausto deixou milhões de refugiados, incluindo muitos judeus que tinham perdido a maior parte ou todos os seus bens e familiares e muitas vezes ainda tinham de enfrentar o persistente antissemitismo nos seus países de origem no período pós-guerra.
Antes da Segunda Guerra Mundial, havia de 11 a 13 milhões de pessoas a falar o idioma iídiche no mundo. O Holocausto, porém, levou a um dramático e súbito declínio no seu uso, visto que várias comunidades judaicas, tanto seculares quanto religiosas, que utilizavam este idioma no seu dia-a-dia foram, em grande parte, destruídas.

Existem diversos memoriais ao Holocausto como:
Memorial aos Judeus Mortos da Europa, em Berlim, Alemanha
Memorial para a Loge Liberté chérie, fundada em novembro de 1943 no Alojamento 6 de campo de Emslandlager, uma das duas únicas Lojas Maçónicas fundadas num campo de concentração nazista.
Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington, D.C.
Memorial e museu Yad Vashem em Jerusalém, Israel

O Holocausto foi tema para vários filmes, incluindo os vencedores do Oscar A Lista de Schindler, O Pianista e A Vida é Bela. Com o envelhecimento da população de sobreviventes do Holocausto, tem havido uma crescente atenção nos últimos anos para preservar a memória do genocídio.
Filme O Pianista
Filme A Vida é Bela
Outros filmes relacionados:
Em português Amor em Tempo de Guerra -  Fala da homossexualidade
O Rapaz do Pijama às Riscas - um menino que desconhecia a realidade dos campos de concentração e quis passar para o outro lado para brincar com o seu novo amigo
A Fuga de Sobibor - O Campo do Inferno 

Existem muitos mais filmes, que num outro post poderei comentar mais detalhadamente, conheço estes filmes todos menos o filme A Lista de Schindler, mas verei certamente. Gosto particularmente desta época histórica.

Em 2007, entrou em vigor uma lei sancionada pela União Europeia (UE) que pune com prisão quem negar o Holocausto. Em 2010, a UE também criou a base de dados europeia (EHRI) para pesquisar e unificar arquivos sobre o genocídio. A Organização das Nações Unidas (ONU) homenageia as vítimas do Holocausto desde 2005, ao tornar 27 de janeiro o Dia Internacional de Recordação do Holocausto, por ser o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertados.

Está quase acabar o dia do Holocausto já passa das 23 horas do dia 27 de janeiro, mas nunca é demais recordar esta época negra da História para que erros como estes não se repitam... Para quem gosta de História espero que esteja do vosso agrado.

Mary Sweet


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